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Por Ana Costa e Luís Silva
A estrutura que em suas paredes desgastadas pelo tempo, hoje cheia de imagens provocantes da luta e de obras de arte do povo, servia de abrigo para a exploração dos braços trabalhadores da região para a burguesia. Hoje o local é patrimônio do povo organizado e batizado de Centro de Produção e Formação Agroecológica Santa Dica dos Sertões, reafirmando a importância da luta da resistência na região que foi historicamente explorada desde a colonização, com mão de obra escravizada na corrida do ouro, que desbravou o centro do país.
Com gritos de “Juventude que ousa lutar, constrói o poder popular” para enfrentar a burguesia, o encontro aconsegue entre os dias 22 e 25 de agosto, no município Corumbá (GO). A atividade é organizada pelo Coletivo de Comunicação, Cultura e Juventude (CCJ) do MST com a participação do estado de Goiás e Distrito Federal e Entorno. O Encontro conta com a participação de 70 jovens de sete diferentes regionais.
Uma das tarefas do Encontro é anunciar a realização da 1° Feira Estadual da Reforma Agrária Popular, que acontece nos dias 07 e 08 de setembro, na Praça Universitária em Goiânia. A atividade chama a atenção para a ofensiva do capital na região, com reflexões em sua programação sobre diversas dimensões da construção de um projeto de país. Também estão sendo debatidas questões relacionadas ao trabalho, pois o local onde acontece a atividade conta com a instalação de uma agroindústria, uma das estratégias de geração de renda e trabalho para a juventude do campo.
A programação teve inicio com uma mesa sobre a conjuntura no país, com o tema: Juventude que ousa lutar, constrói o poder popular. Entre os principais elementos abordados destaca-se a recuperação do país após o desgoverno e o papel da juventude na luta. Renata Menezes, da direção nacional da juventude Sem Terra, destaca o papel da organização dos estados na região central do país para enfrentar as várias crises que se apresentam na vida desta geração, e as diversas formas de ataque do capital. “É preciso que a gente se organize nos territórios. A Reforma Agrária Popular precisa ser uma bandeira que acolha as pautas da juventude, a portadora do estandarte dos novos tempo.” A militante aponta ainda, que o campo é “nosso lugar para viver bem, com dignidade, livres e criativos para cultivar um futuro”.
Outro elemento relevante do debate, foi a questão ambiental, provocado pela turma, “Eles querem acabar com nosso futuro, resistiremos”, disse Kayk Brito JCC da regional Dom Tomas Balduino, de Formosa (GO).
Os espaços de análise trouxeram a discussão do avanço do agronegócio na região, que se desenvolve com base no uso da terra para produção de commodities afetando diretamente o equilíbrio ambiental, pois sua base de expansão vem sendo a destruição da natureza. A monocultura demanda o uso descontrolado de agrotóxicos, sem qualquer análise desse impacto no meio ambiente, causando desmatamento, queimadas e diversos outros crimes contra a biodiversidade. Nesse sentido, a juventude Sem Terra aponta que há outras formas de produzir a vida através do projeto amplo de Reforma Agrária Popular, com os princípios da agroecologia em sua base, evidenciando outras possibilidades de produção da vida em equilíbrio com a natureza.
Lucinéia Freita do Setor de Gênero, conduziu as discussões com os jovens para pensar sobre as relações humanas no processo de transformação social. Com um projeto popular de país, que busca pelo diálogo na sociedade. “O debate das relações humanas com a juventude é estratégico para a superação do patriarcado e do racismo, e na luta pela Reforma Agrária Popular”. O diálogo foi animado com muita participação em meio aos ventos quentes da estação, na sombra de uma mangueira, árvore se tornou comum na região.
No final da tarde, entre jogos de “pique bandeira”, sobre a estratégia de capturar a bandeira adversária o sol se pós e foi a hora de organização da noite, com diversas atividades para pensamos o cuidado com nosso corpo e mente, no desenvolvimento da pessoa que deseja construir uma nova sociedade.
*Editado por Maria José