Fachada do Colégio Bandeirantes, na Vila Mariana, em São Paulo. Foto: Daniela Toviansky/Guia do Estudante/Dedoc

Um aluno de um tradicional colégio particular de São Paulo se suicidou na última segunda-feira (12) após sofrer bullying e homofobia. O nome dele era Pedro, um estudante do 9º ano do Colégio Bandeirantes.

O tio do jovem, Bruno de Paula, utilizou seu perfil no LinkedIn para pedir justiça, destacando o que ele classificou como “descaso do colégio”, que afirmou que o episódio aconteceu fora de suas dependências.

“Pedro era um menino de 14 anos, negro, periférico e gay, que sucumbiu. Não suportou as ‘brincadeiras’ dos ‘colegas’. Nos dias de hoje, há quem diga que ‘não se pode falar mais nada’ porque, afinal de contas, ‘a vida está muito chata’, mas o que se diz pode levar pessoas embora. Perdemos o Pedro para o bullying, para a homofobia e, principalmente, para o descaso do colégio. A coroa de flores enviada com o clássico e-mail de pesar não tem significado para a família que enterra um jovem”, declarou.

“O Bandeirantes disse que a situação ‘aconteceu fora das dependências do colégio’, isentando-se de qualquer responsabilidade e, como sempre, colocando-se ‘à disposição da família’. Agora?”

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de imprensa do Colégio Bandeirantes, na Vila Mariana, confirmou o caso, mas afirmou que tudo ocorreu fora das dependências da escola.

A direção e toda a comunidade escolar estão profundamente abaladas por essa perda irreparável. Neste momento, a prioridade do colégio é oferecer todo o apoio e assistência necessários à família do aluno e aos colegas e amigos impactados por essa tragédia.

O tio do garoto também citou a “crueldade da homofobia e o desrespeito de classes”. “Que conduta o colégio tomará para evitar que outros Pedros nos deixem de forma tão trágica? Como um colégio de ricos, feito para ricos e por ricos aborda a situação do bullying? Pedro só queria poder dançar livremente. O que acontecerá depois da missa de sétimo dia do Pedro? Quantos outros Pedros se calarão, talvez para sempre, frente à crueldade da homofobia e do desrespeito de classes?”

Colégio Bandeirantes, em São Paulo. Foto: Reprodução/Google

Vale destacar que este não é o primeiro caso registrado no colégio. Em 2018, dois estudantes tiraram a vida em um intervalo de duas semanas. Um dos alunos estava no 3º ano do ensino médio.

Na época, a instituição afirmou que estava “acolhendo os alunos mais vulneráveis” e planejando “diversas ações de trabalho em posvenção [apoio a familiares e amigos de quem se suicidou], com assessoria de uma especialista em prevenção ao suicídio e luto por suicídio”.

Disque 188

A cada mês, em torno de mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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Última Atualização: 15/08/2024