Há dez anos, Seokhun Alex Kim, então com sete anos, chegou ao Brasil com a família. Hoje, aos 17, o jovem sul-coreano desenvolveu uma tecnologia que transforma borra de café em produtos 100% biodegradáveis.
O projeto, que começou como uma atividade extracurricular, já está em processo de patente e promete impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade.
Tecnologia dispensa plásticos e processos industriais
Diferente de métodos tradicionais, que usam bioplásticos como o Ácido Polilático (PLA), a solução de Alex não depende de compostagem industrial.
“O PLA só se decompõe em condições específicas e, no ambiente comum, pode ser tão prejudicial quanto plásticos derivados de petróleo”, explica o jovem.
Sua técnica utiliza apenas materiais vegetais naturais, eliminando a necessidade de processos industriais. A borra de café, que normalmente seria descartada em aterros ou incinerada, vira um substrato biodegradável em poucas semanas.
Projeto nasceu da observação do desperdício
Alex conta que a ideia surgiu ao perceber o desperdício gerado pelo consumo global de café. “Apenas 0,2% das 10,3 milhões de toneladas produzidas anualmente são consumidas. O resto vira resíduo, liberando gases de efeito estufa”, diz.
Ele decidiu criar uma solução que, além de ambientalmente sustentável, pudesse gerar renda para comunidades vulneráveis.
“A borra de café pode ser transformada em produtos como sabão, esfoliantes e vasos para plantas”, explica.
Startup promove economia circular e inclusão social
Para viabilizar o projeto, Alex fundou a startup Recafenet. A empresa atua em três frentes: coleta de resíduos em restaurantes e estabelecimentos comerciais, produção de mercadorias em parceria com cooperativas de artesãos e venda dos produtos em lojas e sites.
Além disso, a Recafenet oferece treinamentos para comunidades de baixa renda.
“A técnica é simples e não exige condições industriais, o que permite que qualquer pessoa possa produzir e vender esses itens”, destaca o jovem.
Impacto ambiental e social
A tecnologia desenvolvida por Alex não só reduz o descarte inadequado de resíduos, mas também promove a economia circular.
Ao transformar borra de café em produtos úteis, o projeto diminui a dependência de plásticos e gera oportunidades de renda para famílias em situação de vulnerabilidade.
“Quero mostrar que é possível unir sustentabilidade e inclusão social”, afirma Alex, que agora se prepara para ingressar na universidade.
Sua invenção já é vista como uma alternativa viável e acessível para um futuro mais sustentável.