O ex-ministro José Dirceu (PT) realizou duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante entrevista ao portal UOL. De acordo com Dirceu, a ascensão política de Tarcísio estaria completamente atrelada à figura de Jair Bolsonaro (PL), sustentando que “ele não existe sem Bolsonaro” e qualificando sua presença como uma “ficção”.
Além disso, o petista avaliou que a articulação política em torno de uma eventual anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro não passa de um “jogo de cena” — uma cortina de fumaça cuidadosamente montada pela direita para alçar o governador como candidato à Presidência em 2026.
Segundo Dirceu, a crescente movimentação que envolve o mercado financeiro, e os partidos União Brasil, PP e PL em torno de Tarcísio sugere a construção de uma alternativa que substitua Bolsonaro como protagonista do cenário conservador. O ex-ministro alertou que, em meio ao vácuo de liderança dentro da direita brasileira, o nome de Tarcísio estaria servindo como peça de cooptação política, mais do que expressão de carisma autêntico.
A indicação de que a anistia seria um pretexto para viabilizar politicamente Tarcísio preocupa o ex-ministro, que vê na manobra uma estratégia sofisticada, projetada para reposicionar a direita sem a figura de Bolsonaro no centro do palco.
Dirceu também teceu severas críticas a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusando o parlamentar de atuar em benefício de interesses estrangeiros — principalmente dos Estados Unidos. “Ele não tem apenas que perder o mandato, tem que perder a nacionalidade”, afirmou, citando a Constituição como base para tal argumento.