Na última quinta-feira (15), mais de 600 jornalistas, artistas e figuras públicas argentinas assinaram uma nota em solidariedade ao jornalista Ari Lijalad, do portal El Destape, denunciado penalmente pelo presidente argentino Javier Milei por “calúnias e injúrias”. A iniciativa, coordenada pelo Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SIPREBA), busca defender o direito de informar e ser informado, em meio a acusações de perseguição à imprensa.

A denúncia de Milei, apresentada em 11 de maio à Câmara Federal, também atinge os jornalistas Carlos Pagni de La Nación, e Viviana Canosa do Canal 13. O artigo de Lijalad, publicado em 4 de maio, criticava as medidas econômicas do governo e o tratamento à imprensa, o que motivou a reação do presidente. Apesar de a legislação argentina ter despenalizado calúnias e injúrias em casos de interesse público desde 2009, por reforma da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, Milei insiste na perseguição judicial.

Entre os signatários estão a atriz Cecilia Roth, o músico Vicentico e o jornalista Víctor Hugo Morales. O radialista Alejandro Bercovich, um dos apoiadores, declarou: “não defendemos um texto, mas o princípio de que o jornalismo deve fiscalizar o poder sem temor de represálias.” A SIPREBA acusa o governo de tentar “silenciar críticas mediante denúncias judiciais e discursos de ódio”.

A ONG Freedom House relatou que em 2024, a Argentina registrou 45 casos de ataques a jornalistas, incluindo agressões físicas e ameaças, um aumento de 30% em relação a 2023. A perseguição de Milei a Lijalad é denunciada como parte de um padrão de repressão à liberdade de expressão no país.

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Last Update: 16/05/2025