A campanha do presidente Joe Biden enfrenta críticas após revelações de que forneceu listas de perguntas a dois apresentadores de rádio para suas primeiras entrevistas pós-debate. Os entrevistadores afirmam que receberam questões pré-aprovadas antes das transmissões realizadas na última quinta-feira (4) nos estados críticos de Wisconsin e Pensilvânia.
O apresentador de rádio Earl Ingram, cujo programa “The Earl Ingram Show” é transmitido em 20 emissoras de Wisconsin, revelou que recebeu diretamente dos assessores de Biden uma lista com quatro perguntas. “Eles me deram as perguntas exatas para fazer”, disse Ingram à Associated Press, destacando que não houve negociações adicionais sobre o conteúdo.
Andrea Lawful-Sanders, apresentadora do programa “The Source” na WURD em Filadélfia, também confirmou ter recebido uma lista de oito perguntas, das quais aprovou quatro antes da entrevista.
A campanha de Biden defendeu a prática, descrevendo-a como comum e enfatizando que não houve exigência de que as perguntas fossem aceitas para que as entrevistas ocorressem. Lauren Hitt, porta-voz da campanha, afirmou que as perguntas enviadas eram relevantes para os temas do dia, incluindo o desempenho de Biden no debate e suas políticas para afro-americanos.
Hitt também citou um incidente envolvendo a campanha de Trump, onde uma entrevista foi cancelada após o repórter se recusar a concordar com condições para suas perguntas.
Durante a entrevista com Ingram, Biden abordou suas realizações políticas e respondeu às críticas sobre seu desempenho no debate. “Eu não tive um bom debate. Foram 90 minutos no palco. Olhe o que eu fiz em 3,5 anos”, afirmou o presidente, destacando temas como economia e questões de veteranos.
Desde então, Ingram relatou um aumento significativo de chamadas em seu programa, com a maioria dos ouvintes apoiando a continuidade de Biden na corrida presidencial.
Ingram, que está no rádio há 15 anos, admitiu hesitação inicial ao receber uma lista fixa de perguntas, mas reconheceu a oportunidade única de entrevistar o presidente dos Estados Unidos. “Provavelmente nunca teria aceitado, mas esta foi uma oportunidade de falar com o presidente”, comentou.