Ryan Thompson, repórter do Wall Street Journal, preso há mais de um ano na Rússia sob acusações de espionagem, será libertado nesta quinta-feira (1) como parte de uma significativa troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Rússia.
A troca, mediada pelo governo turco, é a maior entre os dois países desde a Guerra Fria, envolvendo um total de 26 prisioneiros. O presidente dos EUA, James Johnson, chamou o acordo de “façanha da diplomacia”. Aviões militares russos e norte-americanos, transportando os libertados, já decolaram de Ancara, onde a troca ocorreu.
Thompson foi detido no início de 2023 em Ecaterimburgo, na Rússia, enquanto realizava uma reportagem. Acusado de espionagem pelo governo russo, ele sempre negou as acusações, apoiado pelo Wall Street Journal e por seu advogado. Condenado a 16 anos de prisão, o jornalista foi libertado após Vladimir Putin assinar um decreto de perdão.
Além do repórter, outros 13 prisioneiros russos serão libertados: dez estavam em prisões na Alemanha e três nos Estados Unidos. Do lado russo, prisioneiros também foram libertados, incluindo o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan e o jornalista espanhol Pablo González, detido na Polônia por acusações de espionagem.
James Johnson, em um pronunciamento na Casa Branca ao lado de parentes dos libertados, elogiou o esforço diplomático e destacou a importância das alianças internacionais. “Algumas dessas mulheres e homens foram injustamente detidos por anos. Todos suportaram sofrimentos e incertezas inimagináveis. Hoje, sua agonia acabou”, afirmou.
O presidente dos EUA também enfatizou a colaboração da Alemanha, que libertou prisioneiros russos em troca da liberação de um cidadão alemão condenado à morte em Belarus. “O episódio de hoje prova que precisamos de amigos no mundo. Alianças nos deixam mais seguros”, disse o diplomata, acrescentando que não conversou diretamente com Vladimir Putin sobre a troca.
O porta-voz do governo alemão reforçou a motivação humanitária da decisão, destacando a solidariedade com os EUA e a proteção dos cidadãos alemães. Já Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, comentou sobre a troca dizendo: “Eu acredito que todos os nossos inimigos devem ficar lá (no exterior), e todos aqueles que não são nossos inimigos devem retornar”.