Em matéria publicada pela primeira vez no portal ¡Do Not Panic! e republicada no The Grayzone, o autor Nate Bear investiga os profundos laços da big tech de Bill Gates com a entidade genocida, laços que o próprio sionismo confirma. A questão é particularmente pertinente pelo simples fato de o Windows ser o sistema operacional mais utilizado por governos, e cidadãos, no mundo inteiro, ou seja, sem grandes fantasias, como provável instrumento de vigilância do imperialismo, e do sionismo.
Bear afirma que
“Os laços entre a Microsoft e Israel são tão longos, profundos e extensos que fica difícil distinguir onde termina a Microsoft e começa o Estado de Israel.
A Microsoft emprega mais de mil ex-soldados e agentes de inteligência do IDF em seus escritórios em Israel, além de dezenas de ex-militares israelenses em sua sede global em Redmond (Seattle) e em escritórios em Miami, San Francisco, Boston e Nova York. Minha investigação, baseada em uma extensa lista de nomes fornecida por uma fonte, identificou mais de trezentos ex-agentes de inteligência israelenses que atualmente trabalham na Microsoft.”
Ou seja, o cinismo da Microsoft em afirmar que, numa investigação interna, nenhuma evidência ter sido encontrada de que as forças sionistas tenha ‘usado esses serviços para ferir palestinos é gigante e repulsivo. Trata-se no caso do sistema Azure, no qual trabalha Joseph Berenbilt, que já foi operador numa unidade de combate especial israelense de elite, mas que hoje, nada mais é que um “pacato” burocrata numa grande empresa.
Bear nos traz também uma longa lista de dezessete empresas israelenses compradas pela Microsoft e afirma, corretamente, que
A colaboração é antiga, e ao longo dos anos a Microsoft tem se empenhado em expandir seus laços com Israel. Isso resultou na compra de dezessete empresas de tecnologia israelenses desde 2000, todas fundadas por ex-agentes de inteligência da unidade de espionagem do IDF. A empresa gastou bilhões nessas aquisições, enriquecendo os fundadores — todos arquitetos digitais do apartheid — e injetando bilhões em Israel via impostos, sustentando uma economia dependente do fluxo IDF → gigantes de tecnologia dos EUA.
A aquisição mais recente foi a da startup de rastreamento web Oribi (2022), cuja fundadora, Iris Shoor, serviu na inteligência israelense de 1999 a 2001.
Citando outro meio de comunicação independente, Bears reafirma que:
A revista +972 (independente, baseada em Israel-Palestina) revelou que funcionários da Microsoft trabalham lado a lado com unidades do exército israelense, chegando a ficar incorporados ao IDF por meses. A mesma publicação mostrou que a oficial de tecnologia israelense Racheli Dembinsky, ao falar em uma conferência em Tel Aviv, descreveu a IA como crucial para a “efetividade operacional” de Israel em Gaza — com o logo do Azure atrás dela.
Se o algoritmo nas redes sociais busca suprimir os que falam contra o imperialismo, e fala-se em “ditadura do algoritmo”, estamos aqui diante de um fenômeno ainda mais sinistro: “o genocídio do algoritmo”. Ora, se a inteligência artificial determina quem matar, e quem morre são em sua maioria mulheres e crianças, a atuação do sionismo em Gaza tinha como objetivo o genocídio desde o início.
O autor termina a matéria trazendo uma citação de um empregado israelense da Microsoft, datada de 2012 (!), de que toda a tecnologia de reconhecimento facial existente na época tinha sido desenvolvida pelos carniceiros da Palestina ocupada. A denúncia de Bears demonstra o tamanho da importância da luta em Gaza, a questão central para o mundo atualmente, o que não se trata de hipérbole: o sionismo é o laboratório da repressão por excelência.