Trata-se de um caso sem precedentes, que ameaça diretamente o jornalismo e a liberdade de expressão. Richard Medhurst, jornalista independente britânico e filho de dois pacificadores da ONU, foi preso no Aeroporto de Heathrow, Londres, em agosto, com base na Seção 12 da Lei Antiterrorismo do Reino Unido. Ele enfrenta acusações por comentários e análises sobre a ofensiva de Israel em Gaza, interpretados pela polícia como apoio a organizações proibidas no país, como Hamas e Hezbollah. Caso condenado, Medhurst pode pegar até 14 anos de prisão.
Essa situação é emblemática, especialmente porque Medhurst se recusa a fornecer as senhas de seus dispositivos. Seus celulares, que incluem um modelo com o sistema operacional Graphene, projetado para privacidade, contêm informações confidenciais de fontes jornalísticas. Proteger essas fontes é um direito reconhecido em países democráticos e reforçado por decisões da Corte Europeia de Direitos Humanos.
A prisão de Medhurst foi condenada por entidades como o Sindicato Nacional de Jornalistas do Reino Unido (NUJ) e a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ). A utilização de leis antiterrorismo contra jornalistas que estão apenas cumprindo seu papel é vista como uma grave ameaça à liberdade de imprensa.
O caso Medhurst, se levado adiante pelas autoridades britânicas, estabelece um precedente perigoso: jornalistas em Londres poderiam ser obrigados a entregar informações sensíveis ao governo. Assim, a Inglaterra, que antes era vista como um bastião de proteção à imprensa, passa a integrar um cenário global no qual regimes autoritários e democracias ocidentais utilizam práticas que intimidam jornalistas e comprometem a confidencialidade de suas fontes. Isso ecoa a crescente repressão a vozes dissidentes e a fragilidade da proteção aos direitos fundamentais.
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