A repórter Júlia Silva, correspondente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) nas Olimpíadas de Paris, foi abordada por três homens enquanto realizava uma transmissão ao vivo para a TV Brasil neste sábado (3).
O incidente ocorreu na área das casas dos países em Paris, onde a jornalista cobria o desempenho dos atletas brasileiros nos jogos.
Durante a reportagem, três indivíduos, aparentemente estrangeiros, interromperam a transmissão ao vivo cantando e, sem consentimento, dois deles beijaram a repórter no rosto, atos que foram imediatamente rechaçados por Silva.
A jornalista expressou sua indignação e tristeza com o ocorrido, ressaltando o impacto negativo que tal experiência teve em um momento profissional significativo.
“Acho inaceitável que jornalistas mulheres ainda passem por esse tipo de situação trabalhando. Pessoalmente, fico também triste porque essa cobertura vai ficar marcada também por esse episódio.
Cobrir os Jogos Olímpicos em Paris é um sonho profissional que tive a felicidade de poder realizar. Infelizmente, ainda precisamos lutar para sermos tratadas com respeito. Mas não estamos sozinhas na luta”, declarou Júlia.
A diretora de jornalismo da EBC, Fernanda Santos, condenou o assédio, considerando-o uma afronta não só à jornalista e às mulheres, mas também ao espírito olímpico. “É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, emissora da EBC, Júlia Silva, durante transmissão ao vivo nas Olimpíadas, em Paris.
É uma agressão à jornalista, à mulher e ao espírito olímpico, especialmente nesta edição em que as mulheres, em particular as brasileiras, estão conquistando o merecido protagonismo”, enfatizou Santos.
A EBC e seus colegas expressaram solidariedade e apoio à repórter, destacando seu profissionalismo na cobertura dos jogos. O incidente sublinha os desafios contínuos enfrentados por mulheres jornalistas e a necessidade de ambientes de trabalho mais seguros e respeitosos.