A Universidade de Michigan contratou a empresa City Shield, de Detroit, para vigiar estudantes do grupo Estudantes Aliados por Liberdade e Igualdade (Safe), que apoia a causa palestina. A operação, revelada pelo jornal britânico The Guardian, envolve seguir alunos, gravá-los secretamente e escutar conversas, com o objetivo de intimidar ativistas e frear protestos contra a guerra em Gaza. A instituição pagou R$800 mil à City Shield entre junho de 2023 e setembro de 2024.
Cinco estudantes relataram táticas agressivas, como ameaças, xingamentos e tentativa de atropelamento. Katarina Keating disse: “olho constantemente por cima do ombro”. Josiah Walker foi acusado de tentativa de assalto por um investigador que fingiu deficiência: “ele quer minha carteira”. Henry MacKeen-Shapiro, preso por quatro dias por supostamente violar uma fiança, nega as acusações: “a vigilância em massa é alarmante”. As provas vieram de vídeos da City Shield.
A universidade gastou R$3 milhões em segurança e consultores, segundo documentos dos regentes. A procuradora-geral de Michigan Dana Nessel, e o FBI intensificaram ações contra os alunos. A instituição nega visar grupos específicos: “as medidas buscam um campus seguro”. Lindsie Rank, da Fundação para Direitos Individuais e Expressão, afirmou que a vigilância inibe a liberdade de expressão.