Por Júlia Neves
Da Página do MST
Na última quinta (14), o Centro de Formação Zumbi dos Palmares, localizado na cidade de Atalaia, em Alagoas, recebeu mais de 60 educadores e educadoras populares que participaram da Formação Estadual da Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos nas Periferias.
A Formação contou com uma programação com duração de quatro dias, com o objetivo de ensinar as práticas e o funcionamento do método ‘’Sim, Eu Posso’’ aos educadores. O método, que abrilhanta os olhos de quem o conhece, é a ferramenta chave da Jornada de Alfabetização e possui um estilo de aprendizagem repetitivo e eficaz.
As aulas já começam no início da próxima semana e serão 65 turmas espalhadas por vários bairros da capital alagoana. A lista inclui bairros da parte alta e da parte baixa da cidade, como: Antares, Chã da Jaqueira, Vale do Reginaldo, Vergel, Tabuleiro dos Martins, Eustáquio Gomes, Jacintinho e outros. A perspectiva é que mais de mil pessoas sejam alfabetizadas através do projeto. Um número muito significativo, visto que Maceió é uma das capitais do país com maior índice de analfabetismo. Além disso, o projeto já soma 1347 turmas de alfabetização nas outras cidades envolvidas.
Na formação, estiveram presentes nomes relevantes ligados à educação do estado. A professora universitária, Abdizia Barros, fez parte da primeira mesa do dia e enfatizou a importância da educação de jovens e adultos. ‘’A EJA é uma modalidade de ensino muito importante. Ela é a oportunidade de garantir um direito que foi negado àquelas pessoas. Além de ensinar, nós precisamos praticar a cidadania e entender a realidade dos nossos educandos’’, disse ela.
Para reafirmar uma conquista dos movimentos populares, também marcaram presença representantes do MST e do Mãos Solidárias, responsáveis pela realização da iniciativa do projeto.
A integrante da direção nacional do MST, Débora Nunes, reafirmou o poder da coletividade em busca dos direitos da população. ‘’O Mãos Solidárias nos ensina que o povo cuidando e lutando pelo povo, é o principal caminho pra gente fazer as revoluções necessárias para que nossos direitos sejam garantidos. Muitas vezes tentam nos tirar esses direitos mas, a gente não pode deixar de sonhar. Vamos fazer essa tarefa com o amor necessário’’, afirmou a militante.
A Jornada de Alfabetização é uma parceria do Mãos Solidárias com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Ministério da Educação e faz parte do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos. O programa é fruto da luta coletiva e do compromisso com a mudança social e, para além da leitura das letras, visa ampliar a leitura do mundo de uma parte da população que é tão invisibilizada e precarizada.
Preparados e instruídos, os educadores populares voltam para seus territórios com muita vontade e comprometimento de cumprir essa tarefa com êxito. A Jornada representa a união entre o trabalhador do campo e da cidade, ressaltando que a luta por direitos não cessará até que todos sejam contemplados.
*Editado por Inaiá Misnerovicz
