Jogadores brasileiros podem aprender com derrota contra a Inglaterra, avalia Percival Maricato

Esporte Bretão

Percival Maricato

ROJA 2 X 1 INGLATERRA

Jogadores brasileiros devem ser obrigados a assistir a partida, com alguém que lhes desperte capacidade crítica

Neste domingo, tivemos em Berlim o final da Copa da Europa, Espanha x Inglaterra, uma disputa que os jogadores, técnicos e dirigentes brasileiros devem ser obrigados a assistir com um comentador ao lado, mostrando como deve ser um jogo de futebol. Ao contrário de muitos que estão acontecendo no Brasil, não havia jogadores fingindo ser atingidos pelo adversário a qualquer raspão, fazendo caretas, jogando-se no chão e socando o gramado, muito menos cercando o árbitro e enchendo seu saco em qualquer marcação de falta; inexistiu o VAR chamado a toda hora, muito menos durando cinco minutos para tomar uma decisão óbvia, era futebol o tempo todo.

Os dois times sabiam o que fazer

Foi um jogo onde os dois times tinham estratégia, táticas, muita técnica, os dois times atacando e defendendo, um segundo tempo emocionante, vibrante, ao final um resultado justo, prêmio ao mais ousado, mais competente, mais resiliente. A Espanha dominou a maior parte do tempo, mas a Inglaterra sempre valente, procurando atacar em todas as oportunidades que surgia. Do lado da Espanha, mitos como o jovem (17 anos) Yamal, Williams, o eleito craque do torneio: Rodri, sempre dominando o meio de campo. Cada jogador da Espanha deve ganhar cerca de R$ 2 milhões, sem contar o quanto irão ser valorizados pela performance.

Pontas jogando pelas pontas

Quem lembra de Julio Botelho, Pepe, Canhoteiro, Dorval, Gildo, Garrincha? Outrora havia os pontas autênticos, ou seja, pontas que eram pontas, jogavam pelas pontas. Inglaterra e Espanha reviveram esse tempo, os ataques procuravam fugir dos congestionamentos em frente às áreas lançando os pontas, que por sua vez faziam seu papel, tentando driblar os bons zagueiros e lançar na área. Evidente que é necessário ter pontas bons, agressivos, dribladores, velozes, mas isso ainda é possível recuperar. Mais uma lição para o Brasil, que após Zagalo, e cada vez mais, obrigou os pontas a jogarem auxiliando o meio de campo, deixando o futebol mais amarrado, feio, medroso. O problema não era marcar gols, mas não sofrê-los.

Argentina 1 x 0 Colômbia – Jogo e zona

Na final da Copa América, em Miami, a Argentina continuou com sua trajetória vitoriosa nos últimos anos, vencendo a poderosa Colômbia, onde não faltam craques. Os jogadores colombianos priorizavam neutralizar Messi, permitindo que outros craques da terra do tango (e infelizmente do palhaço-presidente) tivessem mais espaço. Mas uma visão crítica mostra que a Colômbia era superior em campo e só não ganhou pelo peso da camisa de Los Hermanos, elas amedrontam times que só agora vêm se destacando na primeira linha do futebol mundial. Di Maria, também histórico, tem declarado que este jogo seria sua despedida. Que seja apenas da seleção e Di Maria continue nos campeonatos nacionais, mostrando seu futebol competente, seu jogo sempre para a equipe, sua impressionante regularidade. Eis aí um jogador que poderia ajudar muitos times brasileiros a melhorarem suas médias.

Coisa de subdesenvolvido x coisa de americano

Bem no estilo subdesenvolvido, muitos argentinos, mas gente também de outros países sul-americanos compareceram ao estádio sem ingressos, achando que poderiam invadi-lo (ou talvez comprar de um cambista, algo comum em seus países). Bem no estilo americano, funcionários e polícia se acharam no direito de fechar os portões e descerem o cacete. Confusão total nos portões e por pouco não acontece uma tragédia, mais uma, muita gente ferida e presa. E estes últimos terão uma péssima jornada, irão aprender que lá em cima não é igual aqui embaixo onde os brucutus entram pela frente da delegacia e saem pela porta de trás, senão dela, na do Judiciário. A outra tragédia já acontecera um dia antes, mais um débil mental, e como a sociedade americana os produz, tentou matar Trump, que certamente aproveitará do fato como o fez Bolsonaro no Brasil: vai dizer que foi a mão de Deus, que o assassino era filiado ao Psol e coisas parecidas para se eleger.

Retomemos o Brasileirão

Voltemos ao Brasileirão, que também está emocionante. O Verdão, com sua regularidade e bom futebol já rivaliza com o Botafogo na parte de cima. O Mengo fez outra apresentação ruim, perdeu do Fortaleza em pleno Maracanã. Nas próximas rodadas ficará mais claro os possíveis vencedores do torneio e os que deverão cair. Muita torcida por Corinthians e Fluminense, mas não será fácil salvá-los.

Vejamos próximos jogos e a classificação