Tandara Caixeta divulgou fake news sobre Imane Khelif. Foto: reprodução

A jogadora de vôlei conservadora Tandara Caixeta, campeã olímpica com o Brasil em Londres-2012, tem uma história de atitudes controversas. A mais recente envolve a polêmica criada pela extrema-direita, que criou a fake news de que a boxeadora argelina Imane Khelif, que compete nos Jogos de Paris, seria uma mulher trans.

A mentira era que Imane é uma “mulher transgênero”. Na realidade, ela foi aprovada em testes de gênero aprovados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), e foi autorizada a disputar os Jogos por ser uma mulher cisgênero. Anteriormente, ela havia sido vítima de um teste manipulado pela Associação Mundial de Boxe (AMB).

Nesta quinta-feira (1), a argelina lutou contra a italiana Angela Carini, que abandonou o combate com apenas 45 segundos, alegando uma lesão no nariz. Foi a senha para figuras da extrema-direita difundirem a notícia falsa. Tandara foi uma delas.

“Autorizaram uma mulher ‘cisgênero’ que foi aprovada em teste de gênero a lutar contra uma MULHER? Oi?”, publicou ela, com fúria, no X (antigo Twitter). Nos comentários, porém, internautas lembraram o histórico da atleta, que não é muito favorável a ela.

Tandara está suspensa por doping

Tandara foi pega no exame antidoping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, culminando em sua suspensão do evento esportivo. Ela foi proibida de receber a medalha de prata conquistada por suas companheiras na competição.

A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) acusa Tandara de ter utilizado a substância Ostarine, um modulador seletivo de receptores androgênicos, que auxilia no aumento da massa muscular e na recuperação de lesões.

A jogadora, no entanto, alega inocência e afirma que o resultado positivo no exame pode ter sido causado por uma contaminação cruzada. Em maio de 2022, ela foi condenada pelo tribunal de Justiça Antidopagem a quatro anos de suspensão. Tandara só pode voltar a jogar em julho de 2025.

Além do doping, Tandara é alvo de acusações de calote por ex-colegas de um time de vôlei que ela tinha na cidade de Campinas, em São Paulo. Segundo as denúncias, a atleta teria deixado de pagar salários e outros benefícios prometidos às jogadoras. Tandara, por sua vez, alega que o time passou por dificuldades financeiras e que todas as dívidas foram quitadas.

Outra polêmica envolvendo a jogadora diz respeito à atleta de vôlei Tiffany Abreu, a primeira trans a participar da Superliga feminina de vôlei. A jogadora disse, em uma entrevista, que a presença de atletas trans no esporte feminino seria uma “injustiça”.

Tandara nega as acusações de transfobia e afirma que suas declarações foram mal interpretadas. Ela disse, na época, que defende a inclusão, mas que é necessário haver um debate sobre as condições de competição para garantir a igualdade entre as atletas.

Nas eleições de 2022, Tandara tentou surfar na onda bolsonarista e se candidatou a deputada federal por São Paulo pelo MDB. Recebeu apenas 7.412 votos e não foi eleita.

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Última Atualização: 01/08/2024