Neste sábado, 3 de agosto, foi realizado no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) um ato em memória de Ahmed Khalil e em defesa da Venezuela. A atividade, realizada como parte de um dia internacional convocado pelo Movimento de Resistência em defesa da luta da Palestina, foi encabeçada pelo Partido Comunista Operário (PCO) em São Paulo.

Ahmed Khalil, é um mártir palestino assassinado pelo Estado sionista de “Israel”.

O primeiro orador do evento foi o dirigente da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), coletivo de juventude do PCO e também pré-candidato à prefeitura de São Paulo, João Pimenta.

“Boa noite, companheiros. Eu queria, primeiro de tudo, agradecer a cada um que veio hoje prestigiar a memória do companheiro Ahmed Khalil. Gostaria que nós estivéssemos reunidos hoje sob circunstâncias mais alegres, mas, infelizmente, não é o caso.

Queria falar um minuto sobre a importância de um movimento como o nosso, de um partido como o nosso, na solidariedade com uma organização como o Movimento de Resistência e tantas outras que lutam. Como disse ele na sua declaração pela igualdade, pela liberdade e pela justiça. Hoje, no Brasil, muitos setores vão dizer que o Movimento de Resistência é uma organização religiosa muçulmana; que eles não são isso, não são aquilo, não compartilham de determinadas posições que a esquerda brasileira compartilha. Isso, companheiros, é a mais profunda ignorância da questão política e da solidariedade internacional entre os povos.

Nós, através das ações que os companheiros do Movimento de Resistência estão fazendo em Gaza, na Cisjordânia e internacionalmente, vemos que nenhuma diferença ideológica, cultural ou religiosa, pode separar uma organização como a nossa de uma organização como a deles, porque a luta deles para libertar a Palestina é a mesma luta que nós travamos aqui para libertar o Brasil do jugo do imperialismo e dos capitalistas. É a mesma luta que é travada na Venezuela, em Cuba, no Irã e em todos os outros países que almejam a liberdade. E nisso, companheiros, queria falar o seguinte: é muito, muito importante essa defesa da resistência. Hoje, os companheiros do Movimento de Resistência convocaram uma atividade internacional de solidariedade com a Palestina e nós vimos uma coisa que é muito lamentável: setores convocando essa atividade, mas não mencionando que ela foi convocada pela resistência e não mencionando o martírio do companheiro Ahmed Khalil. Eles têm medo de mostrar o nome da resistência e de defendê-la, e isso é uma questão que nós temos que ter a coragem e a bravura de fazer: defender a resistência, pavimentar o caminho para que outros nos sigam e também a defendam.

Companheiros, como foi dito pelo companheiro Henrique, essa atividade aqui foi convocada às pressas, inclusive pela urgência dos acontecimentos. E se tem uma coisa que eu, pessoalmente, aprendi com os companheiros da resistência palestina, é que aquilo que você faz, se você faz o esforço, o que você consegue, seja pouco, seja muito, é muito importante.

Nós não temos como dar uma contribuição para a luta pela soberania e pela liberdade da Palestina na medida em que os companheiros do Movimento de Resistência estão dando. Mas a nossa contribuição tem que ser a maior possível no Brasil e nós estamos fazendo isso bem.

Eu gostaria também, companheiros, de, em outra atividade, mencionar isso, mas eu acho que precisamos pegar aqui uma dica dos companheiros do Hezbollah. Os companheiros do Hezbollah batizaram o bloco parlamentar deles de “lealdade à resistência”. Isso é o que o movimento da Palestina internacionalmente precisa hoje: lealdade para com a resistência palestina e todo o eixo da resistência que enfrenta o imperialismo no Oriente Médio, na América Latina e em todos os lugares.

Bem, companheiros, queria fazer uma última colocação sobre a pessoa de Ahmed Khalil. Ele foi, é, e vai ser alvo de muitas mentiras e calúnias contra a pessoa dele. Eles tentam pintar as lideranças da resistência como se fossem corruptos, oportunistas, pessoas que estão se aproveitando de uma determinada causa para benefício próprio. Quem os conheceu e conhece a sua atividade sabe que não pode ser assim.

O companheiro Ahmed Khalil pagou com a sua própria vida pela luta da Palestina e viu seus familiares pagarem com as vidas deles. Temos que entender que, toda vez que a burguesia e os inimigos do povo estão desesperados, recorrem à tática do assassinato político para tentar conter um movimento, uma verdadeira revolução, através do assassinato das suas lideranças.

O que parece é que eles têm dificuldade de entender que os movimentos não são apenas as lideranças. A revolução palestina não é apenas Ahmed Khalil, não é apenas o Movimento de Resistência, mas é o povo palestino. Enquanto esse povo existir, haverá a luta pela independência nacional e a revolução palestina continuará.

Nós, como comunistas, como trotskistas, conhecemos bem o impacto que tem o assassinato de uma figura importante para o movimento. O nosso movimento trotskista foi, em grande medida, batizado de trotskismo por conta da morte, do assassinato de Leon Trótski, que também foi alvo de uma repressão cruel. Mas temos que dizer, e o movimento trotskista tem dito ao longo desses 70, 80 anos da morte de Leon Trótski, que Leon Trótski vive na revolução. Eu gostaria de dizer que Ahmed Khalil vive na revolução e na revolução palestina.”

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Last Update: 05/08/2024