O bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon e do jornal norte-americano The Washington Post, anunciou nesta quarta-feira (26) uma mudança na publicação de artigos de opinião do veículo, em que a premissa será “escrever todos os dias em apoio e defesa de dois pilares: liberdades pessoais e livre mercado”.
Bezos informou a novidade nas redes sociais, em que garante que “pontos de vista opostos a esses pilares serão deixados para serem publicados por outros [jornais]”.
“Houve um tempo em que um jornal, especialmente um que fosse um monopólio local, poderia ter visto como um serviço levar à porta do leitor todas as manhãs uma seção de opinião ampla que buscasse cobrir todas as opiniões. Hoje, a internet faz esse trabalho”, justificou o bilionário, que esteve presente na posse de Donald Trump, em 20 de janeiro.
A proximidade com Trump, aliás, teria começado ainda no fim de 2024, quando o fundador da Amazon se disse otimista com o governo do republicano. “Estou muito esperançoso, ele parece ter muita energia para reduzir a regulamentação. E o meu ponto de vista é que, se posso ajudá-lo a fazer isso, vou ajudá-lo, porque temos muita regulamentação neste país”, afirmou na época, mesmo depois de discordar de determinadas políticas de Trump no primeiro mandato.
Ainda no anúncio da mudança do The Washington Post, Bezos afirmou que “é da América e pela América” e que se orgulha de ser assim. “Nosso país não chegou aqui sendo típico. E uma grande parte do sucesso da América tem sido a liberdade no reino econômico e em todos os outros lugares. A liberdade é ética — minimiza a coerção — e prática — impulsiona a criatividade, a invenção e a prosperidade.”
Após a publicação, o chefe da página editorial, David Shipley, pediu demissão.
Bezos comprou o The Washington Post por uma quantia estimada em US$ 250 milhões, em setembro de 2013.
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