Atualização às 19h56 para acréscimo de informações
O político Jean-Marie Le Pen, apontado como um dos pioneiros da extrema-direita da Europa, morreu aos 96 anos nesta terça-feira em uma casa de repouso nos arredores de Paris.
Sua morte foi motivo de celebração por muitos em Paris – milhares se reuniram na Place de la République, como é possível assistir no vídeo abaixo.
Conhecido pelo racismo
Após servir na Indochina e na Argélia, o advogado entrou na vida pública em 1956 e, em 1972, deu uma “fachada respeitável” a neofascistas ao fundar o partido nacionalista de extrema-direita Frente Nacional.
Além de transformar a sigla em um ativo familiar ao colocar filhas, genros e uma neta nos postos de direção do partido, o francês conseguiu levar o partido de extrema-direita a disputar o segundo turno das eleições presidenciais em 2002, sendo derrotado por Jacques Chirác.
Abertamente racista, Jean-Marie Le Pen nunca se arrependeu de declarações que renderam sucessivos processos judiciais – como a defesa da “desigualdade das raças” e a afirmação de que as câmaras de gás eram um “detalhe da história” da Segunda Guerra Mundial.
O posicionamento de Le Pen o levou a ser expulso do partido que fundou em 2011. A filha mais nova, Marine Le Pen, herdou o comando do partido e o renomeou como Reunião Nacional forma de tornar a extrema-direita mais palatável ao grande público.
Nos últimos anos, Marine Le Pen chegou ao segundo turno das eleições presidenciais francesas em 2017 e em 2022, sendo derrotada por Emmanuel Macron.