A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, descartou, nesta sexta-feira 23, a possibilidade de sair candidata a um cargo eletivo nos próximos anos. Ela é filiada ao PT desde os 17 anos.

“Não me imagino [tendo uma carreira política]. Eu li esses dias um artigo sobre eu ser senadora, mas não me imagino”, disse a socióloga em entrevista ao podcast Se ela não sabe, quem sabe?, do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo explicou na conversa, sua pretensão após Lula (PT) deixar a Presidência é viajar ao lado do marido. “Quando tudo isso terminar eu quero pegar meu marido pelo braço e sair por aí. Eu espero que a gente tenha saúde para isso, nem que seja bem velhinhos.”

Lula terminará o seu mandato como presidente em 2026 e pode concorrer à reeleição. Durante a campanha, o petista chegou a afirmar que não buscaria um novo mandato, mas mudou radicalmente o discurso nos últimos meses, indicando estar pronto para participar de uma nova disputa eleitoral.

Sobre o tema, Janja disse que a decisão cabe exclusivamente a ele, mas que avalia que Lula está ‘forte e bem’ para uma nova campanha e um novo mandato.

“Estou ao lado dele para a decisão que ele tomar. Neste momento, não é uma vontade minha ou de outra pessoa”, explicou. “Ele sempre fala que se estiver forte, de saúde e bem, ele vai por esse caminho e eu vou estar ao lado dele. E ele está forte e bem”, concluiu.

Polêmica na China

A primeira-dama voltou, ainda, a tratar da polêmica sobre sua participação em uma reunião com o presidente Xi Jinping na China. Ela foi acusada de quebrar o protocolo e causar mal-estar ao pedir a palavra para falar sobre a regulação das redes sociais, em especial do TikTok, rede chinesa que opera no Brasil. Novamente, Janja negou ter causado qualquer desconforto.

“Não foi quebra de protocolo nenhum. Nós estávamos em um jantar, conversando, eu não entrei em uma sala gritando. Quer dizer que eu não posso falar? Eu não sou nenhum biscuit de porcelana. Eu não vou em um jantar só para acompanhar o meu marido”, disse.

“Claro que não [não teve nenhum mal-estar]. O presidente Xi falou que eles também tem problemas [com o TikTok] na China, apesar de ter uma regulação muito forte lá”, relatou sobre a resposta do presidente asiático no episódio. “Por que é tão difícil a gente falar disso aqui? A gente não está falando de liberdade de expressão, está falando de vida. É uma rede social que está sendo usada para disseminar ódio”, completou.

‘Sei o limite’

Questionada se continuaria a fazer intervenções em reuniões oficiais, a primeira-dama respondeu que não pretende mudar a postura e que falará sempre que achar que sua participação pode contribuir com a discussão.

“Não existe isso de eu não falar e vamos combinar que eu tenho bom senso e me considero uma pessoa inteligente. Sei muito bem o limite e até onde eu posso ir”, respondeu. “Eu poderia ter falado com o Putin sobre a guerra, mas sei que é um assunto delicado para aquele momento. Agora, eu não vou me furtar a falar de uma rede social que está matando crianças“, finalizou Janja.

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Last Update: 23/05/2025