Após sua derrota nas urnas, o domínio imperialista será derrotado também nas ruas da Venezuela
Por João da Silva**
Em 28 de julho passado, o povo venezuelano conseguiu resistir ao ataque midiático global e derrotou nas urnas o candidato representativo dos interesses das oligarquias locais e do grande capital explorador.
No entanto, como é comum, os expoentes das forças reacionárias derrotadas se recusaram a aceitar o resultado das urnas.
Como de costume, alegaram ter havido fraude, e partiram para a virada de banca e trataram de consumar um golpe de Estado.
Porém, como é sabido, o domínio é composto por uma imensa máquina inteiramente articulada com o propósito de subjugar os povos vítimas de sua sanha exploradora.
Portanto, para que possam levar adiante suas empreitadas de espoliação, o domínio depende não apenas de sua gigantesca máquina de matar.
Além de sua monstruosa máquina de matar, eles precisam também contar com a anuência ou subserviência de uma certa parcela das populações alvos de suas ambições.
Por isso, os condutores das políticas imperialistas sabem que lhes é imprescindível ganhar algum apoio no seio dessas sociedades.
Em vista disto, muita ênfase é dedicada à manipulação dos meios de comunicação de modo a difundir visões distorcidas da realidade que possam causar um desnorteamento entre aqueles que pretendem resistir à agressão e, concomitantemente, trazer para o lado dos grupos antipovo os elementos mais vacilantes e oportunistas do campo popular.
E este procedimento é aplicado também a nível exterior, com o propósito de impedir que a solidariedade internacional se faça sentir em favor dos povos agredidos.
Neste cenário de grande turbulência propalado pela mídia a serviço do domínio, as forças abertamente vinculadas com os interesses do grande capital dos centros de poder estrangeiros, os de seus associados fascistas e com a conivência dos falsos progressistas arremetem com tudo para destroçar a resistência popular.
Certamente, não é nada fácil enfrentar e derrotar esta combinação de forças reacionárias. Para que isto seja possível, é imperioso que as massas populares estejam dotadas de uma férrea determinação de lutar.
Além disto, também precisam contar com capacidade organizativa e de mobilização que viabilize a canalização de sua energia de maneira resoluta contra os inimigos da pátria.
Foi por carecer das condições mencionadas no parágrafo anterior que, em 2016, no Brasil, as forças pró-domínio e oligárquicas conseguiram desfechar um golpe contra o governo de Dilma Rousseff e arrebataram o poder político em nosso país.
As consequências nefastas desse episódio ficaram nitidamente delineadas após a tomada do governo pelo traidor Michel Temer e seu transpasso ao fascismo bolsonarista.
Felizmente, o bolivarianismo venezuelano parece ter se preocupado em cultivar a consciência de classe das massas trabalhadoras da Venezuela e sua capacidade organizativa.
Então, não se trata de nenhuma surpresa ver que as massas populares bolivarianas se lançaram às ruas para enfrentar os grupos fascistas que atuam em favor do domínio.
É uma grande alegria para um revolucionário ver que centenas de milhares de gente do povo saíram decididamente às ruas no dia de hoje (03/08/2024) para deixar patente que não estão dispostos a sucumbirem sem oferecer resistência.
Só por essa determinação já podem ser considerados vitoriosos. Mas, se persistirem em sua coragem e disposição de luta, a vitória se efetivará também em todos os outros aspectos.
O povo venezuelano já derrotou o domínio nas urnas no passado dia 28 de julho e, agora, vai derrotá-lo de uma vez por todas.
Todo nosso apoio ao valoroso povo bolivariano da Venezuela.
**João da Silva é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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