O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou, em suas redes sociais, que já tem todas as provas contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e que vai colaborar com a justiça. “Eduardo Bolsonaro não ficará impune”.
O parlamentar declarou que apresentará à Polícia Federal documentos, vídeos e textos com diversas declarações dos quais o político do PL descreve como atua contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, nos Estados Unidos. “Eu tenho muita coisa. Quero falar até para você, Eduardo Bolsonaro, não adianta apagar vídeo, o Twitter [X]… Nós temos tudo documentado e vamos entregar, porque o crime cometido por você é de traição nacional”.
A PGR pediu abertura de investigação contra Eduardo Bolsonaro por tramar sanções contra autoridades brasileiras e atentar contra nossa soberania e democracia com ajuda da extrema direita americana. Já estamos com todas as provas e vamos colaborar com a justiça. Eduardo Bolsonaro… pic.twitter.com/P1YyUKblaA
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) May 26, 2025
A iniciativa ocorre após Alexandre de Moraes determinar que investigadores da PF ouçam Lindbergh e coletem documentos que possam ser usados no inquérito recém-aberto contra Eduardo Bolsonaro. O líder do PT é autor de representações que solicitaram apreensão do passaporte e a prisão preventiva de Eduardo.
Sanções
O parlamentar também citou a “pena de morte civil internacional”, referindo-se às possíveis sanções que poderiam atingir autoridades brasileiras, incluindo bloqueios financeiros. “Eles estão trabalhando por sanções contra todos os ministros, contra o Procurador-Geral, contra membros da Polícia Federal, contra familiares”, denunciou.
“Se você, lá fora, utiliza uma potência estrangeira para tentar sanções contra ministros de um poder independente, isso, aqui, é crime. É a continuação da depredação do dia 8 de janeiro, isso é golpe continuado. Você vai ter que se ver com a justiça”, apontou Lindbergh.
Repercussão
Após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedir ao STF abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro, motivado por uma representação criminal apresentada pelo líder do PT, Lindbergh Farias, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e parlamentares do PT na Câmara aprovaram a decisão.
“A PGR e o STF estão comprovando que o Brasil é um país soberano, onde os cidadãos se submetem às leis e não a ameaças e pressões vindas do estrangeiro”, escreveu a ministra Gleisi Hoffmann. Para ela, Jair Bolsonaro e sua “turma golpista” passaram de todos os limites. “Espalhando mentiras contra o ministro Alexandre de Moraes e contra o Brasil, passaram de todos os limites e entraram na seara criminal. Ditadura era o que eles queriam implantar com sua tentativa fracassada de golpe”.
O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) registrou nas redes sociais que “finalmente, as instituições vão questionar a conduta de Eduardo Bolsonaro”. Já o deputado Dimas Gadelha (PT-RJ) explicou que Alexandre de Moraes tirou o sigilo do inquérito contra Eduardo Bolsonaro. “O filho do inelegível está sendo investigado por tentar interferir nas apurações do 8 de janeiro. A casa está caindo. E vai feder para a família inteira”.
“Jair Bolsonaro vai para a cadeia em breve e implora todo dia por anistia. Eduardo Bolsonaro, que fugiu com o rabo entre as pernas, nunca mais vai pisar no Brasil, com medo de ser preso pelo STF. Acharam que o Brasil era uma milícia do Rio de Janeiro. Estavam muito enganados”, declarou o deputado Alencar Santana (PT-SP).
Para o deputado Alfredinho (PT-SP) a PGR vê em Eduardo Bolsonaro uma tentativa clara de usar pressão internacional para interferir na Justiça brasileira e proteger o pai e aliados. “É o mesmo roteiro de sempre: golpe, intimidação e vergonha nacional em rede global”.
Verba de Gabinete
Segundo o colunista Jorge Amado, do PlatôBR, Eduardo Bolsonaro, que está licenciado da Câmara dos Deputados desde março deste ano, mantém seu gabinete na Casa funcionando a todo vapor, ao menos ao que se refere a gastar dinheiro público, no último mês gastou R$ 132,4 mil da verba de gabinete, quase o teto estipulado. O gasto chegou a ser maior do que o de março, mês em que exerceu o mandato por 18 dias.
Lorena Vale, com agências