O Ministério das Relações Exteriores afirmou que recebeu com “grande satisfação” a decisão desta terça-feira 14 do governo Joe Biden de retirar Cuba da lista de nações que patrocinam o terrorismo.
“Muito embora parciais e limitadas, as medidas de alívio adotadas pelos Estados Unidos vão no sentido correto e constituem ato de reparação e de restabelecimento da justiça e do direito internacional”, disse o Itamaraty.
Em nota, o governo brasileiro ainda afirmou que sempre afirmou que ser “injusta e injustificada a manutenção de Cuba em uma lista unilateral de países que promovem o terrorismo”, quando é de amplo conhecimento que Cuba colabora ativamente para a promoção da paz, do diálogo e da integração regional.
A determinação de Biden ocorre a seis dias da posse de Donald Trump para seu segundo mandato. O republicano inseriu Cuba na lista na última semana de sua primeira passagem pela Casa Branca, encerrada em 20 de janeiro de 2021.
A decisão, entretanto, não tem impacto direto sobre o embargo econômico americano imposto a Cuba, alvo constante de repúdio na Assembleia-Geral da ONU. No fim de outubro de 2024, por exemplo, o órgão aprovou por ampla maioria mais uma resolução contra o bloqueio em vigor há mais de seis décadas. Na prática, o efeito é escasso.
A resolução recebeu 187 votos a favor, dois contrários — dos Estados Unidos e de seu aliado Israel — e uma abstenção (Moldávia). Foi a 34ª declaração não vinculante que as autoridades cubanas apresentaram desde 1992, em defesa da “necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”.