A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Flórida (EUA), de onde anunciou sua fuga do Brasil. Foto: Reprodução

A polícia italiana está buscando a bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) na região do Vêneto, no norte da Itália, após a deputada federal licenciada ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Zambelli foi condenada devido à invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, desde então, está foragida. Ela foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, o que significa que a corporação alertou os 196 países membros sobre sua situação.

A Itália aceitou a ordem da Interpol e também incluiu Zambelli em sua lista de procurados pela Justiça. A deputada, que possui cidadania italiana, fugiu para o país com a intenção de escapar da prisão no Brasil. Com o cerco se fechando, ela já indicou, por meio de seu advogado, que pretende pedir para cumprir sua pena na Itália.

A informação sobre o paradeiro de Zambelli no Vêneto chegou às autoridades brasileiras por meio da inteligência italiana. A região, no nordeste da Itália, é a terra natal da família da deputada e tem como capital a cidade de Veneza.

A área, com cerca de 4,8 milhões de habitantes, faz fronteira com a Áustria e é conhecida por suas montanhas e paisagens alpinas.

Fontes do governo brasileiro e da Polícia Federal (PF) indicam que Zambelli deve ser presa em breve. “Temos informações de que, em poucos dias, ela estará presa”, disse uma dessas fontes. A expectativa é que a prisão seja iminente, com o processo de extradição já em andamento.

Na última terça-feira (11), o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou ao Ministério da Justiça o pedido formal de extradição de Zambelli. O pedido alega que ela deve retornar ao Brasil para cumprir a pena de 10 anos de prisão e pagar 200 dias-multa, conforme a sentença condenatória que transitou em julgado.

Alexandre de Moraes, personalidade
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

“A Sra. Carla Zambelli Salgado de Oliveira, de maneira livre, consciente e voluntária, comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”, diz o documento.

O pedido foi entregue pessoalmente pelo embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, ao Ministério das Relações Exteriores da Itália.

A Defensoria Pública da União (DPU), que assumiu a defesa de Zambelli após o advogado Daniel Bialski abandonar o caso, também não tem conseguido entrar em contato com a parlamentar. A DPU acredita que a decisão de Zambelli de fugir do Brasil prejudicou suas chances de tentar suavizar a pena, como um pedido de prisão domiciliar.

“A fuga dela dificultou qualquer trabalho da defesa”, afirmou uma fonte jurídica próxima ao caso. “Se tivesse ficado no Brasil, seria menos complicado pedir uma prisão domiciliar. A saída dela inviabiliza a extradição.”

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Last Update: 13/06/2025