Israelenses aproveitam feriado para realizar incursões em mesquita e aldeias na Cisjordânia

Extremistas israelenses aproveitaram o feriado judaico da destruição do templo para invadir a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, e vilas da Cisjordânia.

Liderada por Itamar Ben-Gvir, ministro da segurança nacional de Israel e figura conhecida da extrema-direita local, cerca de 2 mil pessoas participaram de ritos judaicos com a suposta proteção da polícia israelense – os judeus podem visitar a mesquita, mas não podem realizar atos religiosos.

Ben-Gvir prometeu “derrotar o Hamas” em Gaza em um vídeo que ele filmou durante sua visita e orações, enquanto a polícia israelense “impôs restrições” aos fiéis muçulmanos que tentavam entrar na mesquita.

Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do islamismo e um símbolo da identidade nacional palestina, mas também é o lugar mais sagrado do judaísmo. Tisha B’Av é um dia judaico de luto pela destruição do local de um antigo templo pelos romanos em 70 d.C.

Vale lembrar que Ben-Gvir é líder do Otzma Yehudit, um partido de extrema-direita linha dura do qual o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu depende para manter seu governo.

Os colonos também marcharam na Cisjordânia ocupada, onde existem relatos de que o feriado judeu foi usado para novas ocupações de terras palestinas pelos israelenses – pessoas de um vilarejo destacaram que “foi a maior invasão de colonos que a comunidade viu até agora, no que se tornou uma ocorrência regular”.

A ação dos israelenses também foi alvo de críticas dos Estados Unidos, ao ponto de o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, afirmar que a movimentação de Ben-Gvir “não é apenas inaceitável, mas também prejudica o que consideramos um momento vital, já que estamos trabalhando para levar esse acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”.

A ação dos israelenses também foi alvo de críticas no Irã: o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaan, destacou que a profanação de Al-Aqsa foi um “ato maligno” que “é indicativo do fato inegável de que os líderes do regime israelense pretendem alimentar o fogo de sua belicosidade ferindo os sentimentos religiosos do povo muçulmano da Palestina e do mundo islâmico”.

Kanaan destacou que, se os Estados Unidos e outros estados ocidentais “forem honestos em suas alegações de que estão preocupados com a segurança e a estabilidade na região da Ásia Ocidental, eles deveriam conter imediatamente o ‘regime sionista criminoso’, acabar com o genocídio em Gaza e impedir o aventureirismo do regime na Palestina e em toda a região”.

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