As autoridades israelenses tomaram medidas para “evitar quaisquer demonstrações públicas de alegria” se os palestinos presos em Israel forem libertados como parte de um acordo de trégua com o Hamas para permitir a libertação de reféns mantidos em cativeiro em Gaza, disseram autoridades nesta sexta-feira 17.
“O serviço penitenciário israelense está se preparando para a libertação dos detidos palestinos nos termos do acordo”, que recebeu sinal verde do gabinete de segurança israelense à tarde, disse a Autoridade Penitenciária em um comunicado.
Os prisioneiros a serem libertados na primeira fase da troca, que durará 42 dias a partir de domingo, serão reunidos antes de sua libertação na prisão de Ofer, na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, e no centro de detenção de Shikma, em Ascalon, no sul de Israel, disse o comunicado.
O general Kobi Yakobi, chefe do serviço penitenciário, “emitiu instruções para impedir qualquer demonstração pública de alegria” em Ascalon e em outras áreas de Israel.
Além disso, Yakobi estipulou que a transferência dos prisioneiros libertados da prisão de Shikma não fosse realizada por ônibus da Cruz Vermelha, mas por “unidades especiais”, acrescentou a autoridade prisional.
O acordo, alcançado após a mediação do Catar com a ajuda dos EUA e do Egito, prevê, em uma primeira fase de seis semanas, a libertação de 33 reféns mantidos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, em troca de centenas de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Após a reunião do gabinete de segurança, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, criticou o fato de que, de acordo com os termos do acordo, os palestinos “condenados à prisão perpétua” por matar israelenses seriam libertados.
Ben Gvir, um político de ultradireita do partido Poder Judaico, é um ferrenho oponente do acordo e, embora seja um parceiro minoritário no Executivo, é um membro importante da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.