Em 14 de dezembro de 1981, o Knesset aprovou a Lei das Colinas de Golã, estendendo as leis e o governo da ocupação sionista da Palestina à região das Colinas de Golã, território sírio capturado durante a Guerra dos Seis Dias. Com 63 votos favoráveis e 21 contrários, a aprovação da lei foi amplamente interpretada como uma anexação, embora o termo não tenha sido utilizado no texto. A medida, condenada pela comunidade internacional, foi declarada nula e sem efeito pela Resolução 497 do Conselho de Segurança da ONU.
A medida foi vista como um golpe às negociações futuras com a Síria e enfrentou forte oposição interna e internacional, com críticas sobre o procedimento legislativo apressado e seus impactos diplomáticos. Ainda assim, a ocupação foi consolidada, ignorando a soberania síria e os apelos globais por respeito ao direito internacional.
A região é rica em recursos naturais e delimita a fronteira entre Israel, Síria e Jordânia, tornando-a estratégica. A ocupação foi justificada como uma medida de segurança nacional, mas a verdadeira intenção era consolidar o controle sobre territórios árabes. A resistência local se manifestou no histórico movimento de greve geral dos drusos em 1982.
A greve envolveu trabalhadores drusos de diversas áreas, principalmente agricultura e serviços públicos. Esses trabalhadores pararam suas atividades em sinal de resistência. A greve foi amplamente organizada por líderes comunitários drusos, que mantiveram firme a posição de não aceitar a cidadania israelense e rejeitar os esforços de assimilação cultural e política do regime sionista.
A repressão israelense foi imediata e truculenta. Houve detenções, espancamentos e intimidações contra os líderes da greve e os participantes. A pressão psicológica e física foi usada para tentar quebrar a resistência, mas os drusos se mantiveram firmes na sua oposição à anexação e ao regime israelense.
A greve de 1982 não apenas evidenciou a resistência dos drusos à ocupação, mas também destacou as tensões entre a população árabe da região e a ditadura sionista, que continua a expandir sua ocupação às custas dos direitos e da autodeterminação dos povos árabes.
Décadas depois, a anexação segue sem reconhecimento internacional, salvo pelos Estados Unidos, que em 2019 declararam o território como parte da ocupação israelense. A ONU reafirmou que a situação das Colinas de Golã permanece inalterada. A ilegalidade flagrante da ocupação das Colinas de Golã é mais um exemplo de como a ditadura sionista se sustenta pela força e pela complacência de aliados.