Nesta quarta-feira (11), a iniciativa Flotilha da Liberdade denunciou que o ativista brasileiro Thiago Ávila foi preso em cela solitária pelos israelenses. Ele “foi colocado em isolamento na prisão Ayalon em razão de sua greve de comida e água, que começou há dois dias”.
A iniciativa denuncia, ainda, que o brasileiro foi “tratado agressivamente por autoridades prisionais [israelenses], embora isto não tenha escalado para agressão física”.
Foi submetida ao mesmo tratamento Rima Hassan, francesa-palestina membro do Parlamento Europeu, que foi colocada em outra prisão, “em uma cela pequena, sem janela e com condições de higiene extremamente precárias, bem como foi-lhe negado acesso ao pátio da prisão”.
Em nota, a Flotilha denuncia que “o ato de isolamento e transferência para prisões diferentes constitui uma violação séria dos direitos dos ativistas e uma clara tentativa de exercer pressão mental e política sobre eles”, bem como exige que “as autoridades israelenses libertem os ativistas do confinamento solitária, cesse todas ações retaliatórias contra eles, e imediatamente libertem todos os oito – seja permitindo o retorno deles à embarcação, para continuarem sua missão humanitária, seja facilitando seu retorno aos respectivos países de origem”.
Thiago Ávila e os demais membros do barco Madleen, que faz parte da Flotilha, foram sequestrados pelas forças israelenses de ocupação na segunda-feira (9), quando a embarcação estava no Mar Mediterrâneo, próximo ao Egito. Ávila fazia parte de uma missão que levava ajuda humanitária a Gaza. Na embarcação, havia fórmula infantil, farinha, arroz, fraldas, produtos sanitários femininos, kits de dessalinização de água, suprimentos médicos, muletas e próteses infantis.
Na madrugada de segunda, Thiago Ávila já havia denunciado nas redes sociais que o rastreador do navio estaria sendo embaralhado para modificar sua localização, modo de operação que precede interceptações. No mesmo dia, o brasileiro denunciou que embarcações das forças de ocupação estavam fazendo movimentos em torno da embarcação.
Pouco tempo depois, ele informou que VANTs (drones) quadricópteros das forças de ocupação estavam sobrevoando o barco, e que uma substância branca que provocava irritação na pele e nos olhos estava sendo jogada sobre a embarcação. Eventualmente, o Madleen perdeu sinal com o exterior e foi sequestrado pelas forças israelenses de ocupação.
‘Israel’ nega a Thiago Ávila contato com sua família
A esposa de Thiago Ávila denuncia que o ativista está sendo proibido de ter contato com sua família desde que foi sequestrado por “Israel”
Ela informa que as autoridades israelenses ameaçaram Thiago com o tormento psicológico de mantê-lo em isolamento, sem luz ou ventilação, noticiado no canal da Flotilha da Liberdade no Telegram.
Conforme noticiado pela Agência Brasil, citando informações fornecidas pela defesa do ativista, “‘Israel’ ameaçou deixá-lo na solitária por 7 dias em uma cela escura, pequena, sem ar e sem acesso a ninguém”.
Apesar da repressão, Thiago continua em greve de fome, mantendo-se firme em sua crença na justiça para os palestinos e no direito de todas as crianças à alimentação, à segurança e à liberdade, disse Lara, esposa de Ávila, que acrescenta que esta denúncia “é um chamado não apenas para que Thiago seja libertado, para que todo o mundo volte os olhos para Gaza, para a palestina, e para todo o povo que é explorado e forçado a viver sob ocupação”.
Governo Lula se limita a emitir nota protocolar
Diante do sequestro de Thiago Ávila, o governo Lula, através do Ministério das Relações Exteriores, limitou-se a emitir notas protocolares, a primeira das quais foi emitida na segunda-feira, pedindo a libertação de Ávila e demais ativistas, afirmando que a prisão é “uma flagrante transgressão ao direito internacional”, bem como pedindo que “Israel” removesse “as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante”.
A essa altura, o governo Lula já deveria ter rompido as relações diplomáticas e comerciais com “Israel”, fechado a embaixada israelense no Brasil e expulsado seus diplomatas e quaisquer outros funcionários da entidade sionista que se encontram no País.
No entanto, não o fez.
Governo Lula deve romper relações com ‘Israel’
A prisão de Thiago Ávila e seu confinamento em cela solitária são flagrantes violações à soberania do Brasil, perpetrada por um Estado artificial e entidade genocida que é “Israel”.
Este ataque à soberania brasileira soma-se a inúmeros outros que “Israel” vem perpetrando desde que iniciou a atual guerra genocida.
O sionismo, controlando o aparato repressivo, seja o Judiciário, seja a Polícia Federal ou outros órgãos, vem sistematicamente perseguindo jornalistas que lutam em defesa do povo palestino, como Breno Altman, bem como partidos políticos e seus militantes, a exemplo do que acontece com o Partido da Causa Operária. No caso do PCO, vários militantes, bem como o próprio Partido, são alvo de inúmeros processos que acusam a organização e seus membros de racismo, terrorismo e afins. O sionismo tenta, inclusive, cassar o registro do PCO, um ataque contra os direitos democráticos de toda a população brasileira.
Diante disto, seja da prisão de Ávila, seja do controle do sionismo sobre o aparato de repressão brasileiro, é necessário que o governo Lula rompa imediatamente todas as relações com “Israel”, diplomáticas e comerciais, e, consequentemente feche a embaixada israelense no Brasil e expulse toda a missão diplomática e demais funcionários do Estado israelense.