Nessa quinta-feira (1º), o jornal norte-americano The Washington Post noticiou que “Israel” está redesenhando o mapa de Gaza, limitando os palestinos a um terço do território do enclave.
O jornal expôs, citando dados das Organização das Nações Unidas (ONU), que, desde 18 de março, quando a entidade sionista retomou sua guerra genocida contra Gaza, violando em definitivo o acordo de cessar-fogo, as forças israelenses de ocupação já declararam cerca de 70% do território da Faixa de Gaza como sendo “zona vermelha” militar ou áreas a serem evacuadas. Segundo o Washington Post, citando o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), “a expansão das zonas de proteção isolaram milhares de palestinos de suas terras e da ajuda humanitária, que é escassa desde que Israel sitiou Gaza completamente há quase dois meses”.
Conforme mapa exposto na matéria, “Israel” expandiu as chamadas “zonas tampão”, localizadas na fronteira de Gaza com o território “israelense” (territórios da Palestina, ocupados ilegalmente pela entidade sionista). Estas “zonas tampão” são as declaradas por “Israel” como as “zonas vermelhas” militares, ocupadas pelas forças israelense de ocupação e proibidas pelos Palestinos. No mapa, pode ser visto que, no norte do enclave, na região próxima ao campo de Nusseirat e à Cidade de Gaza, a chamada “zona vermelha” abrange metade do território palestino, chegando próxima ao mar.
Quanto às áreas a serem evacuadas, uma delas abrange a cidade de Rafá, localizada ao sul, na fronteira com o Egito. A respeito disto, o Washington Post informa que “as áreas agora sob ordem de evacuação incluem metade dos poços de água do enclave e muitas instalações médicas e outras instalações vitais”.
O jornal imperialista não consegue esconder as práticas genocidas de “Israel”, e informa que, embora as forças israelenses de ocupação declarem que as ordens de evacuação são feitas para evitar que civis sejam feridos ou mortos, o que ocorre na realidade é que elas “frequentemente os forçam [os palestinos] a fugir sob fogo”.
Tais declarações, estabelecendo “zonas vermelhas” e áreas a serem evacuadas, já deslocaram forçadamente mais de 420 mil palestinos apenas nas últimas seis semanas (desde quando a guerra genocida foi retomada).
Deve-se destacar ainda que, concomitantemente a isto, “Israel” segue bombardeando a população civil da Faixa de Gaza diariamente, realizando ataques aéreos, de artilharia e de veículos aéreos não tripulados (VANTs) contra cozinhas coletivas, escolas, abrigos e demais locais onde os civis se abrigam.
Falando sobre a retomada da guerra genocida, e sua continuidade, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, declarou que “a ‘vitória” sobre o Hamas, não o retorno dos reféns, era o objetivo supremo da guerra em Gaza”, o que provocou “ira na família” dos prisioneiros israelenses, conforme noticiado pelo jornal sionista The Times of Israel nesta quinta-feira (1º):
“A guerra tem um objetivo supremo, e o objetivo supremo é a vitória sobre nossos inimigos, e isso nós alcançaremos”, declarou Netaniahu durante discurso. Diante da declaração, a organização israelense Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas acusou o primeiro-ministro de “se alinhar” com o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que na semana passada desencadeou uma forte reação após dizer que “os reféns não são a coisa mais importante” no esforço de guerra, conforme The Times of Israel.
Face à declaração de Netaniahu, o Hamas, principal partido palestino, organização que lidera a Resistência Palestina, emitiu declaração afirmando que “as declarações de Netanyahu refletem a loucura da derrota e a ilusão de uma falsa vitória em meio à firmeza do nosso povo e à sua resistência”.
O Hamas afirmou que “as declarações do criminoso de guerra Netanyahu, procurado pelo Tribunal Penal Internacional, nas quais ele falou de uma “vitória decisiva” e do “desmantelamento de Rafah”, nada mais são do que tentativas desesperadas de encobrir o fracasso do seu exército em Gaza e de convencer o seu público de uma ilusão inexistente”, acrescentando que, apesar da declaração farsesca e de todo aparato de propaganda sionista, “as suas mentiras estão a desmoronar-se perante a firmeza do nosso povo palestino e a sua valente resistência, que frustrou os objetivos da sua agressão, apesar dos massacres, da destruição e do cerco”.
Falando sobre a campanha criminosa de “Israel” contra a cidade de Rafá, o Hamas enfatizou “que a resistência do nosso povo continuará até que a ocupação seja expulsa da nossa terra, e que Rafah, que ele se gaba de ‘desmantelar’, permanecerá um símbolo de firmeza e dignidade”, acrescentando que “sua ocupação se transformará em um pesadelo que assombrará os invasores, assim como aconteceu em Beit Hanoun, Cidade de Gaza, Khan Younis e Shuja’iyya”, fazendo referência às recentes operações militares das Brigadas al-Qassam e da Jiade Islâmica ocorridas na última semana, ações que provocaram várias baixas nas fileiras sionistas, dentre mortos e feridos.
O Hamas finalizou sua declaração exortando “a comunidade internacional e aos povos livres do mundo para que apoiem nosso povo palestino, defendam sua firmeza e seu direito à autodeterminação e tomem medidas urgentes para pôr fim aos crimes de genocídio e fome cometidos pela ocupação liderada pelo criminoso de guerra Netaniahu“.