
As Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram ao menos 51 palestinos em um centro de distribuição de comida em Khan Yunis, ao sul de Gaza, nesta terça (17), segundo a Defesa Civil local. Mais de 200 pessoas ficaram feridas com o ataque, sendo 20 em estado grave.
O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, afirmou que o ataque começou com disparos de drones e foi seguido por projéteis de tanques. Ele tem atuado no transporte das vítimas para o Complexo Médico Naser.
“Fomos até lá achando que conseguiríamos comida para alimentar nossas crianças, mas era uma armadilha, uma matança”, afirmou Ahmed Fayad, palestino que sobreviveu ao ataque, à agência de notícias Reuters.
Essa não é a primeira vez que palestinos são mortos por ataques israelenses enquanto buscam por ajuda humanitária. Entre os dias 18 de maio e 11 de junho, mais de 320 pessoas foram assassinadas enquanto aguardavam por comida nos centros de distribuição da FHG (Fundação Humanitária de Gaza), entidade apoiada pelos Estados Unidos.
“Há uma correlação constante com a localização dos quatro locais de distribuição de alimentos anunciados e os incidentes de grande número de vítimas”, afirmou Thanos Gargavanis, cirurgião traumatologista da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Ele aponta que existe uma escassez de suprimentos para tratar a desnutrição em Gaza, com autoridades tendo que racionalizar o uso e a distribuição. A crise alimentar na região é alarmante, mesmo após Israel suspender o bloqueio total dos suprimentos enviados por organizações humanitárias.
Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, mais de 55 mil palestinos morreram e outros 130 mil, principalmente mulheres, crianças e adolescentes, ficaram feridos. No lado israelense, há registros de 1.218 vítimas fatais.