Neste sábado (12), o jornal libanês Al Mayadeen publicou matéria denunciando o aumento massivo de ataques das forças militares de ocupação iaraelense contra a Cisjordânia. Segundo o jornal, os sionistas estão atirando em jovens nas ruas e prendendo crianças. De acordo com o texto, os ataques violentos estão agora focados em Nablus.
Depois de invadir a cidade de Qaryut, a sudeste de Nablus, a entidade sionista impôs um toque de recolher e abriu fogo contra civis. Mais ao sul, confrontos eclodiram na cidade de Beit Fajjar, perto de Beit Lahm, onde um jovem palestino foi baleado e ferido por soldados da ocupação israelense. Fontes locais confirmaram posteriormente um ferimento adicional durante os confrontos em andamento na mesma área.
Simultaneamente, forças israelenses invadiram a cidade de Beit Iba, a oeste de Nablus, passando pelo posto de controle de Deir Sharaf. Também foram registrados ataques em Sa’ir, a nordeste de al-Khalil, e Beit Awwa, a oeste de Dura, no sul de al-Khalil.
Em um incidente separado, fontes locais relataram que forças israelenses prenderam uma criança palestina na área de al-Masaaken al-Shaabiyya, a leste de Nablus. Testemunhas confirmaram que a criança foi abusada fisicamente durante a prisão. Enquanto isso, tropas israelenses invadiram a área da colina de New Askar, a leste de Nablus, onde montaram um posto de controle militar, pararam veículos e realizaram buscas extensas.
Os ataques são parte de um padrão crescente de agressão israelense na Cisjordânia ocupada, principalmente depois que as Forças Armadas israelenses anunciaram, na quarta-feira (9), a expansão de sua “operação militar” em Nablus, que incluiu um ataque ao campo de refugiados de Balata, a leste da cidade, forçando diversas famílias a fugirem de suas casas.
As últimas operações militares israelenses desencadearam a maior onda de deslocamento na Cisjordânia ocupada desde a Guerra dos Seis Dias de 1967, destacou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em 5 de abril.
A UNRWA pontuou que os ataques israelenses generalizados e contínuos — que começaram em 21 de janeiro no campo de Jenin e outras áreas do norte — constituem a mais longa campanha militar contínua na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (revolta) no início dos anos 2000.
A agência descreveu a situação no norte da Cisjordânia como “extremamente preocupante”, citando os contínuos ataques israelenses e as campanhas de detenção em massa. Segundo a UNRWA, essas operações resultaram em destruição sistemática, deslocamento forçado e ordens de demolição contra famílias palestinas e campos de refugiados.
De acordo com as Nações Unidas, a operação israelense deslocou à força mais de 40.000 pessoas de campos de refugiados e comunidades vizinhas em Jenin e Tulcarém.
Em seu canal no Telegram, o Comitê de Imprensa do Campo de Jenin afirma o seguinte:
“A agressão da ocupação em Jenin e seu campo entra no 83º dia em meio a crescente destruição e deslocamento. A agressão da ocupação na cidade de Jenin e seu campo de refugiados continua pelo 83º dia consecutivo, com uma escalada perigosa na destruição e operações de demolição, além da transformação de casas civis em postos militares.
As forças de ocupação persistem em uma política de destruição sistemática, tendo detonado e demolido várias casas no bairro Al-Damj. Enquanto isso, tratores militares têm aberto uma nova estrada na área de Joura Al-Dhahab há cerca de uma semana. As forças de ocupação ordenaram que famílias no bairro Al-Hadaf evacuassem suas casas em preparação para buscas e sua conversão em posições militares.
A ocupação reforçou sua presença militar, enviando mais soldados e veículos blindados pelo checkpoint de Al-Jalama em direção à periferia do campo. Unidades de infantaria foram implantadas nas áreas de Al-Ghabz e Wadi Burqin, enquanto operações de expansão e construção de estradas continuam, remodelando a paisagem do campo por meio da destruição da infraestrutura residencial.
Exercícios militares ainda estão em andamento ao redor do checkpoint de Al-Jalama, ao norte de Jenin, acompanhados por disparos intermitentes de armas ao vivo perto do campo, que foi em grande parte esvaziado de seus residentes devido ao ataque. Aproximadamente 600 casas no Campo de Jenin foram destruídas, enquanto quase 3.000 unidades habitacionais agora são inabitáveis.
Essa situação agravou severamente as condições econômicas, com milhares de residentes deslocados tendo perdido seus meios de subsistência — aumentando significativamente as taxas de pobreza na comunidade de Jenin e agravando ainda mais a crise humanitária na área. O número de residentes deslocados do campo atingiu cerca de 21.000, distribuídos pela Governadoria de Jenin — incluindo 6.000 na própria cidade, 4.181 na cidade de Burqin e 32.000 nas instalações habitacionais da Universidade Árabe-Americana.
A agressão à cidade de Jenin e seu campo resultou na morte de 38 pessoas, enquanto os tratores da ocupação continuam sua destruição em larga escala das principais estradas e infraestrutura de Jenin. Isso ocorre juntamente com sabotagem sistemática por tanques — marcando a primeira vez que a cidade foi invadida por tanques desde 2002.”