Na noite de sexta-feira (2, horário de Brasília), a aviação do regime sionista de “Israel” lançou uma das maiores ofensivas aéreas contra a Síria nos últimos meses. A ação coordenada atingiu várias regiões do país árabe.

Segundo fontes locais e veículos da própria imprensa israelense, a operação teve início com veículos aéreos não-tripulados (VANTs) sobrevoando as províncias de Daraa, Homs e Hama, sendo seguida por ataques com aviões de guerra contra posições militares em diversas frentes. Um dos primeiros alvos foi um depósito militar nos arredores da vila de Shaṭḥa, na zona rural oeste de Hama, região ainda sob controle do antigo exército sírio.

As ofensivas se estenderam ao norte de Damasco, com explosões reportadas em Harasta, Barzeh e al-Tall — áreas montanhosas onde há instalações militares. O quartel do Batalhão de Comunicações e a área próxima ao antigo Hospital Militar Tishreen também foram bombardeados. Na região costeira de Latakia, ataques aéreos atingiram a zona de al-Sha‘ra, e novas investidas ocorreram ao sul do país, em Daraa e Idlib.

Entre os locais atingidos em Daraa está a cidade de Muthbin, bem como os arredores da cidade de Izra’, onde foram alvejados acampamentos do 175º Regimento do Exército Árabe Sírio. Em todas essas localidades, as ações israelenses resultaram em destruição de infraestrutura militar e, segundo fontes locais, ao menos uma pessoa foi martirizada nos arredores de Harasta.

Até o fechamento desta edição, o governo sírio ainda não havia emitido nota oficial sobre o número de mortos ou a extensão dos danos, mas a escalada representa mais um capítulo da violação da soberania síria promovida pelo regime de Netaniahu com apoio do imperialismo norte-americano.

Enquanto isso, o regime sírio reprime os drusos e enfrenta levantes populares

Paralelamente aos bombardeios sionistas, o atual regime sírio, chefiado pelos golpistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), mantém uma ofensiva contra comunidades drusas no interior do país. Os confrontos iniciaram na segunda-feira (28) nas cidades de Jaramana e Sahnaya e seguem até o momento, com saldo de dezenas de mortos e feridos entre civis e combatentes.

Embora uma tentativa de acordo tenha sido firmada com líderes drusos, as tensões não cessaram. O líder Hikmat al-Hijri, de Sueida, denunciou o próprio regime como responsável pelos massacres: “o governo mata seu próprio povo com gangues takfiri que lhe pertencem”, declarou. Ele ainda apelou por proteção internacional.

Aproveitando-se da instabilidade, o regime sionista declarou ter bombardeado “um grupo armado que ameaçava drusos em Sahnaya”, numa justificativa cínica que tenta camuflar sua política. A declaração foi feita diretamente por Netaniahu e seu ministro da Defesa, Israel Katz.

A manobra é clara: transformar a comunidade drusa num novo instrumento de desestabilização, assim como os Estados Unidos já fazem com os curdos no norte da Síria. O próprio ministro das Finanças sionista, Bezalel Smotrich, escancarou o plano: “não pararemos a guerra até que a Síria seja desmantelada e dividida em regiões étnicas autônomas”.

A resposta veio de setores progressistas da região. O líder druso libanês Walid Jumblatt condenou a tentativa de arrastar sua comunidade para uma guerra a serviço do sionismo e se ofereceu para mediar um cessar-fogo em Damasco. Já a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) denunciou a agressão israelense como parte da mesma campanha contra o povo palestino e todo o mundo árabe, declarando que “o inimigo é um só” e que a tentativa de fomentar o sectarismo visa enfraquecer a resistência ao projeto colonial da ocupação.

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Last Update: 03/05/2025