As forças de ocupação de “Israel” lançaram neste sábado (22) uma grande ofensiva militar contra o sul do Líbano, violando novamente o cessar-fogo estabelecido anteriormente. O ataque ocorreu após alegações de que foguetes teriam sido disparados do território libanês em direção à localidade de Metula, no norte da Palestina ocupada. No entanto, o próprio Hesbolá negou qualquer envolvimento na ação, afirmando que o método de lançamento rudimentar dos foguetes confirma que a resistência não participou do episódio.

Bombardeios aéreos e ataques terrestres

De acordo com relatos da Al Mayadeen, os bombardeios israelenses tiveram como alvo diversas localidades no sul do Líbano. A cidade de Tulin, no distrito de Marjeyoun, foi fortemente atingida, resultando na morte de dois civis, incluindo uma criança, e deixando pelo menos oito pessoas feridas. A aviação de “Israel” sobrevoou intensamente a região durante a ofensiva, enquanto forças terrestres realizaram operações de varredura em áreas próximas.

Além de Tulin, as localidades de Rashaya al-Fukhar, al-Khiam e a área entre Yatar e Beit Lif também foram atingidas. No distrito de Nabatieh, os arredores de Yahmor al-Shaqif foram bombardeados por artilharia, enquanto três projéteis disparados por tanques Merkava atingiram a cidade de al-Khiam, provocando destruição e aumentando o clima de terror na região.

O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que dois cidadãos ficaram feridos na cidade fronteiriça de Kfar Kila devido aos ataques. Na região montanhosa de Iqlim al-Tuffah, pelo menos duas incursões aéreas foram registradas, enquanto outro bombardeio foi relatado em Jabal al-Rayhan.

A destruição causada pelos bombardeios evidencia a brutalidade da ofensiva sionista, que se aproveita de qualquer pretexto para intensificar sua política genocida contra o povo libanês e palestino. Nos últimos dias, a ocupação já havia violado repetidamente o cessar-fogo tanto no Líbano quanto em Gaza, mantendo a escalada de ataques contra civis e instalações residenciais.

Negativa do Hesbolá e uso de pretextos

Diante das acusações sionistas de que os foguetes lançados contra Metula partiram do Líbano, o Hesbolá emitiu uma nota oficial negando qualquer envolvimento. A organização reforçou que o método de lançamento utilizado — considerado primitivo — demonstra que a resistência não participou da ação, classificando as acusações de “Israel” como pretextos para justificar a continuidade dos ataques contra o Líbano.

Confira a nota oficial do Hesbolá na íntegra:

“Em nome de Alá, o Mais Gracioso, o Mais Misericordioso

O Hesbolá nega qualquer envolvimento no disparo de foguetes do sul do Líbano para os territórios palestinos ocupados, ressaltando que as alegações do inimigo “israelense” são meros pretextos para a continuidade de seus ataques contra o Líbano, que não cessaram desde o anúncio do cessar-fogo.

O Hesbolá reitera seu compromisso com o acordo de cessar-fogo e apoia o Estado libanês no enfrentamento desta perigosa escalada sionista contra o Líbano.

Sábado, 22 de março de 2025

Ramadan 21, 1446 AH”

Apreensão de lançadores e escalada de violência

Após os ataques, o Exército Libanês anunciou ter apreendido três lançadores de mísseis improvisados na área ao norte do rio Litani, entre as localidades de Kfar Tibnit e Arnoun, no distrito de Nabatieh. A presença desses dispositivos reforça a tese de que se tratava de um lançamento rudimentar e não coordenado por forças organizadas de resistência.

Enquanto isso, a ocupação sionista intensificou seus ataques no sul do Líbano, atingindo áreas civis e colocando em risco a vida de milhares de pessoas. Fontes da Al Mayadeen afirmam que mais de 20 ataques aéreos foram realizados pela força de ocupação, evidenciando uma ofensiva planejada e contínua, independentemente de provocações reais.

UNIFIL expressa preocupação

A Missão Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) expressou profunda preocupação com a escalada da violência, especialmente após o lançamento dos foguetes em direção à Metula. O porta-voz da missão, Andrea Tenenti, alertou sobre os riscos de uma intensificação do conflito, que poderia ter consequências graves para a região já instável.

Tenenti ressaltou a importância de manter o cessar-fogo e evitar ações que coloquem em risco a vida de civis, destacando que os capacetes azuis continuam realizando suas funções de monitoramento em todas as localidades atribuídas. No entanto, o histórico de ações da entidade sionista demonstra que não há qualquer compromisso real com a paz ou com a proteção da população libanesa.

Uma ofensiva planejada e a hipocrisia sionista

A utilização de foguetes rudimentares como justificativa para uma grande operação militar revela a hipocrisia da entidade sionista, que continua sua política de genocídio contra os povos da região. Não há qualquer dúvida de que “Israel” mantém sua agenda de agressão contínua, utilizando qualquer pretexto para manter sua presença militar e a repressão contra a resistência árabe.

Os ataques aéreos realizados neste sábado são parte de uma ofensiva já em curso desde semanas anteriores, quando várias localidades no sul do Líbano e na Faixa de Gaza foram atingidas mesmo após o cessar-fogo ser anunciado. A resistência libanesa permanece firme e denuncia a farsa das justificativas utilizadas pela ocupação para sustentar seu projeto expansionista e belicista na região.

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Last Update: 23/03/2025