Este domingo (21), Israel lançou um ataque aéreo contra a Faixa de Gaza, onde o movimento islamista palestino Hamas está em luta, assim como no Líbano e no Iêmen, em resposta a ataques lançados contra o seu território por grupos apoiados pelo Irã nesses países.
A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, desencadeada por um ataque do grupo islamista no território do sul de Israel, em 7 de outubro, alimentou tensões no Oriente Médio e receios de que se transforme em um conflito regional.
Na fronteira com o Líbano, os duelos de artilharia são quase diários entre o Hezbollah, um movimento xiita relacionado com o Irã, e o Exército israelense. No Iêmen, os rebeldes houthis, que controlam parcialmente o país, têm lançado ataques contra navios ligados a Israel no mar Vermelho há meses, em solidariedade com os palestinos em Gaza.
Os houthis também lançaram mísseis contra cidades israelenses, embora a maioria tenha sido abatida. O Exército israelense interceptou um projétil disparado do Iêmen na cidade de Eilat, no mar Vermelho, após Israel bombardear um porto nas mãos do grupo rebelde, apoiado por Teerã.
O ataque ao porto de Hodeida deixou ao menos seis mortos, segundo fontes de saúde, e ocorreu um dia após um bombardeio mortal com drones em Tel Aviv, reivindicado pelos insurgentes.
“O incêndio em Hodeida é visível em todo o Oriente Médio e o seu significado é evidente”, declarou o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, após os primeiros ataques anunciados por Israel contra este país em guerra.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou por sua vez: “Qualquer pessoa que nos atacar pagará um preço muito alto”.
Tanto os houthis, como o Hezbollah e o Hamas, prometeram manter os ataques contra Israel até que uma trégua ponha fim à violência em Gaza, devastada e à beira da fome após nove meses de guerra.
Netanyahu em Washington
Os bombardeios israelenses deixaram dezenas de mortos em Gaza desde sábado, informou a agência da Defesa Civil do território, governado pelo Hamas desde 2007. Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o movimento islamista um grupo “terrorista”.
Os ataques aéreos atingiram as áreas de Nuseirat e Bureij, no centro de Gaza, assim como áreas perto de Khan Yunis, no sul.
Também no sul, os moradores alegaram que o Exército israelense realiza uma operação militar em um distrito de Rafah e relataram confrontos e fortes disparos de artilharia.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas do Hamas e outros grupos palestinos mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
O Exército israelense estima que 116 pessoas permanecem cativas em Gaza, 42 das quais teriam morrido.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou mais de 38.900 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, estimou na sexta-feira que as negociações sobre um cessar-fogo se aproximavam da “linha de chegada”.
Netanyahu falará perante o Congresso dos EUA na quarta-feira e se reunirá com o presidente Joe Biden na terça-feira em Washington.