A ocupação israelense está intensamente bombardeando o Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, segundo o jornal Al Mayadeen. Os ataques causaram danos severos aos seus departamentos, incluindo o de cuidados infantis e a enfermaria, em meio a apelos por ajuda da equipe médica na Faixa de Gaza — que, constantemente, tem sido assassinada.
Um correspondente da Al Mayadeen na Faixa de Gaza relatou que as Forças de Defesa de Israel estão disparando fortemente contra os portões do Hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, coincidentemente com o bombardeio de artilharia nas imediações.
O diretor do hospital, Hussam Abu Safiya, afirmou que “o hospital foi bombardeado diretamente com bombas e fogo, penetrando as paredes e atingindo vários departamentos, incluindo os de cuidados infantis e a enfermaria, causando danos severos.” Ele ainda acrescentou que este foi um “ataque sem precedentes” ao hospital e aos médicos e, em uma gravação de áudio distribuída a jornalistas, responsabilizou a comunidade internacional pela situação que se desenrola.
Por sua vez, o Ministério da Saúde de Gaza enfatizou que o hospital foi alvo de um “bombardeio muito intenso e violento, sem qualquer aviso prévio”, com bombas e fogo de tanques. E responsabilizou o mundo pela agressão, exigindo que assumissem “suas responsabilidades diante de nosso sofrimento”, acrescentando que é inaceitável que o mundo permaneça em silêncio.
Em uma declaração anterior, o ministério apelou à comunidade internacional para enviar ajuda, medicamentos e suprimentos ao Hospital Kamal Adwan, observando que “os pacientes no hospital e em todos os outros centros de saúde e hospitais em operação na Faixa de Gaza estão ameaçados de morte”.
Al Mayadeen relatou que várias pessoas ficaram feridas no bombardeio israelense ao departamento de laboratório do hospital, sem, por ora, apresentar dados oficiais.
Os ataques israelenses ao hospital já acontecem há algum tempo. Os intensos bombardeios de artilharia começaram em 18 de dezembro, incendiando a unidade de terapia intensiva.
Abu Safiya disse: “Ficamos chocados com a entrada de veículos [militares] e retroescavadeiras nas proximidades do hospital, precedida por ataques aterrorizantes às casas vizinhas”. Ele indicou também que o hospital foi repentinamente e imprudentemente alvo de todos os tipos de armas, com um ataque deliberado e claro à unidade de terapia intensiva.
No entanto, informou que conseguiram, “milagrosamente, evacuar os pacientes que estavam em ventiladores da UTI antes que ela pegasse fogo”. Trata-se da única unidade de terapia intensiva no norte de Gaza.
Segundo ele, a situação é “muito catastrófica e ainda perigosa”, apontando que a equipe do hospital tentou apagar as chamas usando ferramentas básicas, já que a instalação vinha sofrendo com a escassez de água há oito dias devido aos ataques israelenses aos tanques de água e à rede de abastecimento.
O diretor do hospital confirmou que a unidade de terapia intensiva está agora fora de operação e a situação é desastrosa, acrescentando: “Fizemos apelos ao mundo há mais de 75 dias por proteção ao sistema de saúde e seus trabalhadores, mas sem sucesso.”