No domingo (8), as forças israelenses de ocupação iniciaram invasão do território Sírio, ocupando várias cidades e vilarejos nas Colinas do Golã, em território pertencente à Síria de 1974, quando firmado o Acordo de Desengajamento que encerrou oficialmente a Guerra do Yom Kippur.
Até o fechamento desta edição, as tropas israelenses já invadiram e capturaram quatro cidades na Zona Supervisionada pela ONU, estabelecida pelo citado acordo. As cidades capturadas foram Al-Qunaitra, Al-Hamidiyah, Al-Qahtaniyah, Madinat al-Baathm as quais haviam sido devolvidas para Síria ao final da Guerra do Yom Kippur.
Além disto, “Israel” invadiu a cidade de Kham Arnabah, indo além da Linha de Desengajamento de 1974, cidade esta que nunca foi capturada pelos sionistas.
Pronunciado-se sobre a recente invasão sionista à Síria, Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, anunciou o fim do Acordo de 1974, declarando também que “Israel” irá criar uma zona-tampão entre a entidade sionista e a Síria, declarando que instruiu o exército a captura a zona tampão com a Síria e os postos de comandos adjacentes. Netaniahu declarou que as Colinas do Golã sempre serão uma parte integral do Estado de “Israel”.
O ministro da Defesa de “Israel”, Israel Katz, também se pronunciou no mesmo sentido: “O primeiro-ministro [Benjamín] Netaniahu e eu, com a aprovação do Gabinete, demos ordens ao IDE para que se apoderem da zona de amortização e dos pontos de controle para garantir a proteção de todos os assentamentos israelenses as Colinas do Golã – judeus e drusos – para que não sejam expostos a eles ameaças do outro lado”, afirmando também que a entidade sionista “destruirá armas estratégicas pesadas em toda a Síria, incluindo mísseis terra-ar, sistemas de defesa aérea, mísseis superfície-superfície, mísseis de cruzeiro, mísseis de longo alcance e sistemas de mísseis costeiros”.
Igualmente, o Chefe do Estado-Maior das forças israelenses de ocupação, Herzi Halevi, declarou que “a partir desta noite, a principal frente de batalha se moverá para a Síria. Começaremos a lutar na frente síria e não permitiremos que ninguém chegue às nossas fronteiras“.
Em declaração sobre a invasão sionista, Sala de Operação Conjunta no Sul, coalizão das forças financiadas pelo imperialismo que tomaram o poder na Síria, afirmou que “não temos capacidade para resistir aos avanços israelenses. Este assunto não é nossa prioridade atualmente. Precisamos trabalhar para solidificar uma Síria unida, livre de Assad.”
Desde a derrubada do governo de Bashar al-Assad, neste sábado (7), em ofensiva realizada por milícias armadas financiadas e treinadas pelos EUA, pela Turquia e pela Ucrânia, “Israel” intensificou seus bombardeios contra a Síria, realizando mais de 150 e atingido vários locais estratégicos em Damasco e entorno, tais como o aeroporto Militar Mazzeh, o Escritório de Passaporte e Imigração, o Instituto de Pesquisa, e bases e infraestrutura militar do Exército Árabe Sírio. Bombardeios também vêm sendo realizados contra Hamã, Homs e Latakia, assim como contra depósitos de munição em Daraa e outros locais no sul. Segundo informações não confirmadas, os ataques sionistas teriam resultado na destruição de todas as aeronaves MIG-29 do Exército Árabe Sírio.
A situação foi resumida descrita pelo jornalista libanês Khalil Nasrallah da seguinte maneira: “Israel ataca de forma abrangente todos os aeroportos militares, capacidades estratégicas, laboratórios de defesa e investigação científica, e outros locais, em toda a arena síria. De Jableh, no oeste, a Qamishli, no leste. Continuará destruindo a Síria, e isto é um prelúdio para uma Síria fraca que mais tarde estará sujeita as condições de normalização. A agressão massiva à Síria ocorre no meio de um silêncio internacional completo.”
Após a captura de Quneitra e outras cidades, “soldados do exército israelense estão agora se dirigindo para áreas em Daraa, localizada cerca de 90 quilômetros ao sul da capital Damasco”, conforme noticiado pela emissora Press TV.