Aumentaram as tensões no Oriente Médio e o risco de um conflito mais amplo com os ataques pesados entre Israel e Hezbollah, passando o alvo, agora, do Líbano à Palestina.
Israel começou a manhã de domingo com ataques aéreos intensos no sul do Líbano, com mais de 100 aviões israelenses sendo usados para bombardeios, justificando a reação que colocou o mundo em estado de alerta como uma “ação preventiva” contra a milícia Hezbollah.
“O Hezbollah pretendia atacar alvos no norte e no centro de Israel”, justificou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), o tenente-coronel Nadav Shoshani.
“Em um ato de autodefesa para remover essas ameaças, a FDI está atacando alvos terroristas no Líbano, de onde o Hezbollah estava planejando lançar seus ataques contra civis israelenses”, disse o porta-voz.
No mês passado, um dos comandantes superiores do Hezbollah, Fouad Shukur, foi morto por ataques de Israel, e o grupo havia prometido retaliação.
Desde o episódio, a tensão tornou-se um risco real de escalada da guerra, até então de Israel na Palestina, em outros territórios do mundo. Com o ataque surpresa de Israel no domingo, a resposta foi imediata e o Hezbollah lançou mais de 320 foguetes e drones em território israelita.
“Lançamos todos os drones de ataque no horário e de todos os seus locais de lançamento, e eles cruzaram a fronteira em direção ao alvo pretendido. As alegações do inimigo sobre ação preventiva e prevenção do ataque da resistência são alegações vazias”, afirmou, em comunicado, o grupo.
Especialistas alertam que a troca de ataques pode ser a faísca para uma ampla guerra, envolvendo Israel e EUA, de um lado, e o Líbano e Irã, de outro, além de apoios de grupos na Síria, Iraque, Iémen, que podem se unir aos enfrentamentos.
Após o aumento da tensão, os EUA ativaram os alertas de segurança e afirmam acompanhar de perto a situação. Ao mesmo tempo, Israel e Hezbollah mobilizaram tropas militares adicionais na fronteira libanesa e ativaram sistemas de defesa antimíssil.
Ainda, calcula-se que um arsenal de 150 mil foguetes, além de drones e munições, nas mãos do grupo Hezbollah para novos e continuados ataques. O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse estar preparado para continuar a guerra: “Se os resultados não forem considerados suficientes, responderemos em outra ocasião.”
Do outro lado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, disse que os ataques deste final de semana “não é o fim da história”. Enquanto isso, Netanyahu está sendo pressionado para um cessar-fogo em Gaza e para a libertação de 110 reféns mantidos no território palestino, mas não demonstra colocar fim aos confrontos.