As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram, nesta terça-feira, 17, a morte do general iraniano Ali Shadmani durante ataques aéreos realizados no Irã.

De acordo com reportagem do The Times of Israel, Shadmani havia assumido, há quatro dias, o comando do quartel-general central Khatam-al Anbiya, responsável pela coordenação das Forças Armadas do Irã. Ele substituía o general Gholam Ali Rashid, morto em ataque anterior.

Segundo nota oficial das IDF, Shadmani era considerado o principal comandante militar ativo do Irã e mantinha proximidade com o líder supremo Ali Khamenei. “Ele comandava tanto o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica quanto as Forças Armadas do Irã”, informou o comunicado. A nota também afirma que o general “tinha influência direta nos planos ofensivos do Irã contra o Estado de Israel”.

A operação militar israelense incluiu ataques simultâneos a diversas instalações militares e nucleares iranianas. Imagens de satélite e fontes locais indicaram explosões em áreas estratégicas, incluindo a capital Teerã, onde sistemas de defesa antiaérea foram acionados. Em Natanz, cidade que abriga uma usina de enriquecimento de urânio, novos bombardeios foram registrados, ampliando os danos causados pela ofensiva inicial.

Na região de Kashan, veículos da imprensa iraniana relataram a morte de três pessoas e ferimentos em outras quatro após ataque a um posto de controle. As autoridades locais não confirmaram se as vítimas eram civis ou militares.

Em Teerã, o canal estatal IRIB anunciou a morte de três pessoas em um edifício atingido. Segundo o governo israelense, o local era utilizado por militares iranianos disfarçados de funcionários civis. Antes do bombardeio, Israel teria emitido um aviso de evacuação para a zona central da capital iraniana.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou: “o instrumento de propaganda e incitação iraniano está prestes a desaparecer”.

Na noite de segunda-feira, 16, e na madrugada de terça-feira, 17, a Força Aérea israelense expandiu a operação e atingiu locais associados ao armazenamento e lançamento de armamentos no oeste do Irã. Segundo as IDF, foram destruídos mísseis balísticos, drones e sistemas de defesa aérea. A base de missões ao norte da cidade de Tabriz sofreu danos significativos, de acordo com imagens divulgadas pela Planet Labs.

As IDF estimam que cerca de 400 lançadores de mísseis balísticos compõem o arsenal iraniano, sendo que um terço já teria sido destruído.

Durante entrevista coletiva, o porta-voz militar Effie Defrin afirmou que militares iranianos que operavam um sistema de defesa aérea e dispararam contra um drone israelense foram mortos em um contra-ataque. “A operação foi conduzida imediatamente após o drone identificar nova preparação para disparo”, disse Defrin.

A Sociedade do Crescente Vermelho do Irã denunciou a morte de três socorristas em bombardeio realizado na região de Shahid Bagheri, no noroeste de Teerã.

Em nota, a entidade afirmou: “esse incidente não é apenas um crime contra o direito humanitário internacional, mas também um ataque flagrante à humanidade e à moralidade”. As forças armadas israelenses não se manifestaram sobre o caso.

Até o momento, o governo iraniano contabilizou 224 mortos desde o início dos ataques. A maioria das vítimas seria composta por civis.

Na noite de segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um comunicado em sua rede Truth Social, exigindo que a população de Teerã deixe imediatamente a cidade. Segundo ele, o Irã teria recusado uma proposta de acordo para interromper seu programa nuclear.

“O Irã recebeu o ‘acordo’ que eu propus. Que pena, e que desperdício de vidas humanas. Dito claramente, O IRÃ PODE NÃO TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu repeti isso inúmeras vezes! Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”, escreveu Trump.

Após a publicação, a secretária de imprensa Karoline Leavitt informou que Trump deixaria antecipadamente a cúpula do G7 no Canadá para retornar a Washington. A justificativa oficial foi discutir o avanço do conflito com sua equipe de segurança nacional.

A decisão provocou especulações sobre um possível envolvimento militar dos Estados Unidos na ofensiva israelense. A Casa Branca, no entanto, negou essa possibilidade. “As forças americanas mantêm uma postura defensiva, e isso não mudou. Defendemos os interesses dos EUA”, declarou o vice-diretor de comunicação Alex Pfeiffer.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comentou o retorno de Trump: “há uma proposta em andamento, especialmente para se chegar a um cessar-fogo e iniciar a discussão mais ampla. Considere isso muito positivo”. Trump rebateu a declaração: “Errado! Ele não tem ideia do motivo de minha viagem a Washington, mas certamente não tem nada a ver com cessar-fogo”.

Trump também mencionou que os bombardeios israelenses começaram no “dia 61” após o prazo de dois meses que ele havia estipulado para que o Irã aceitasse um novo acordo nuclear.

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Last Update: 17/06/2025