Intensificação dos bombardeios israelenses mata mais de 1.100 em três semanas, enquanto forças se preparam para ocupar a cidade
Israel lançou outra noite de bombardeios mortais na Cidade de Gaza, com ataques contra tendas que abrigavam palestinos deslocados internamente, matando várias crianças e ferindo outras. Pelo menos 50 palestinos foram mortos, de acordo com autoridades de saúde.
Um dos ataques atingiu um acampamento improvisado no bairro de al-Nasr, a oeste da Cidade de Gaza, incendiando várias barracas.
Este é o mais recente de uma onda de ataques crescentes contra campos que abrigam palestinos deslocados na Cidade de Gaza, que tem sofrido bombardeios israelenses intensificados nos últimos dias em meio a relatos de planos de ocupar a cidade e deslocar à força sua população palestina.
Ataques recentes incluíram quadricópteros armados lançando bombas incendiárias em abrigos improvisados tarde da noite, provocando incêndios e pânico generalizado.
De acordo com o Dr. Muneer Alboursh, diretor-geral do Ministério da Saúde Palestino em Gaza, pelo menos 1.100 palestinos foram mortos e 6.000 ficaram feridos na Cidade de Gaza nos últimos 20 dias, desde o início da intensificação da campanha de bombardeios.
Alboursh acusou Israel de “enganar” a mídia ao afirmar que ainda não lançou um ataque em grande escala à Cidade de Gaza, enquanto, na realidade, dezenas de milhares de pessoas já foram expulsas à força e centenas de prédios residenciais foram destruídos em áreas como Jabalia, al-Nazla, Sheikh Radwan, al-Zaytoun e al-Sabra.
Ele também disse que o único centro médico que atende a área foi incendiado pelas forças israelenses.
Os ataques crescentes ocorrem enquanto quase um milhão de palestinos na Cidade de Gaza continuam sofrendo com a fome imposta por Israel.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, mais três mortes causadas por desnutrição foram registradas nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortes relacionadas à fome para 370, incluindo 131 crianças.
O número total de mortos desde que Israel iniciou seu genocídio em outubro de 2023 já ultrapassou 64.000, com mais de 161.000 feridos.
Israel confirma rejeição da oferta de trégua
Em outro lugar, o Hamas divulgou uma declaração na quarta-feira à noite reafirmando sua aceitação de uma proposta de cessar-fogo apresentada em 18 de agosto, que era quase idêntica aos termos exigidos anteriormente por Israel.
O grupo acrescentou que ainda não recebeu uma resposta do lado israelense por meio de mediadores.
“O movimento reafirma sua prontidão para avançar com um acordo abrangente”, disse o comunicado.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu respondeu rapidamente, descartando o anúncio.
“Infelizmente, isso é mais uma manipulação do Hamas que não contém nada de novo”, diz a declaração.
Netanyahu reiterou suas condições revisadas para o fim da guerra, que incluem a libertação de todos os reféns, o desarmamento do Hamas, a desmilitarização da Faixa de Gaza e a continuidade do controle de segurança israelense sobre o território.
Publicado originalmente pelo MEE em 04/09/2025
Por Mera Aladam