Lula, em seu segundo mandato, com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Foto: reprodução

Diplomatas israelenses no Brasil estão otimistas com a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomear um novo embaixador para Tel Aviv, após meses de tensão entre os dois países. O cargo está vago desde fevereiro de 2024, quando a crise diplomática se intensificou após Lula comparar a situação em Gaza ao Holocausto.

A expectativa de uma reaproximação ganhou força após o presidente brasileiro emitir uma nota oficial no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, na segunda-feira (27), vista como um gesto de conciliação.

Na nota, Lula relembrou os horrores do Holocausto e reafirmou seu compromisso com a luta contra o antissemitismo e todas as formas de discriminação. “Recordar seus horrores não é apenas um ato de memória, mas também um gesto de compromisso com a Humanidade diante dos perigos do extremismo que ressurge nos dias de hoje”, disse o presidente.

A declaração foi bem recebida pela Embaixada de Israel e pela comunidade judaica brasileira, que interpretaram o texto como um sinal de disposição para retomar o diálogo.

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou à Globonews que a nota de Lula foi um gesto “muito positivo” e que a nomeação de um embaixador brasileiro em Tel Aviv seria um passo importante para melhorar as relações bilaterais. “Nosso papel é aproximar —aproximar e representar—, e quando não tem embaixador, fica um pouco mais difícil”, disse Zonshine.

Atualmente, a embaixada brasileira em Israel é chefiada por um encarregado de negócios, o ministro-conselheiro Fábio Moreira Farias.

Apesar das divergências entre os governos Lula e Benjamin Netanyahu, as atividades diplomáticas entre os dois países não foram interrompidas. Zonshine destacou que a Embaixada de Israel mantém contato constante com o Itamaraty e que recentemente se reuniu com a Secretaria de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores.

No entanto, desde que assumiu a Presidência em 2023, Lula ainda não recebeu Zonshine para uma reunião, enquanto o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, foi recebido pelo presidente em pelo menos duas ocasiões após o início da guerra em Gaza.

A nomeação de um embaixador brasileiro em Tel Aviv seria um sinal claro de reaproximação, mas ainda depende de uma decisão política do governo Lula.

Zonshine expressou esperança de que o diálogo entre os dois países possa se intensificar nos próximos meses. “Espero que no futuro tenhamos a oportunidade [de nos reunir]. Eu vou terminar a minha missão aqui durante esse ano, então espero que [o encontro com Lula ocorra] antes disso”, afirmou o embaixador.

A crise entre Brasil e Israel começou após Lula comparar as ações militares israelenses em Gaza ao Holocausto, o que levou a um forte protesto do governo Netanyahu e à retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv.

Desde então, as relações têm sido marcadas por tensões, mas a recente nota de Lula e a expectativa de uma nomeação para o cargo de embaixador sugerem que ambos os lados estão dispostos a buscar uma reconciliação.

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Last Update: 29/01/2025