Israel está em crise, com um governo de extrema-direita que sustenta guerras diretas com vários países e forças militares autônomas, como o Hezbollah. A economia do país está destruída e tende ao colapso, com milhões de habitantes fugindo da guerra e cerca de 200 mil deslocados internamente. Já o Irã é um país que consolidou-se economicamente, tem um regime absolutamente estável com eleições regulares, fortes alianças internacionais e uma população muito maior que Israel.
O atual governo israelense é comandado pelo partido Likud, de extrema-direita, e vários partidos ultra-radicais. O projeto do Grande Israel é o objetivo do governo, que envolveria a posse de todo o território palestino e adicionaria partes dos territórios hoje pertencentes à Jordânia, Egito e Síria.
O Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou que bloquear a ajuda humanitária à Faixa de Gaza é “justificado e moral”, mesmo que isso faça com que dois milhões de civis morram de fome. O político de extrema-direita lamentou que a comunidade internacional não permitiria que isso acontecesse.
O Irã tem uma estratégia de paciência estratégica, mantendo a sua pressão contra Israel sem chegar à guerra aberta. O Hezbollah aumentou a sua pressão até à beira da guerra, mas conteve os seus ataques para evitar a guerra total. Os iemenitas atacam Israel em termos militares e realizam um “bloqueio remoto” ou um “bloqueio indireto”, que também é uma ação agressiva de tipo militar.
A política de assassinatos seletivos de Israel é histórica. Contudo, no presente caso as ações envolvem diretamente o Irã. Especialmente os ataques à representação diplomática iraniana na Síria, que custaram a vida a vários funcionários, incluindo um chefe da Guarda Revolucionária, já tiveram um impacto como uma provocação, que foi geralmente repudiada pela comunidade internacional.
A realização da “Conferência Islâmica” que condenou o “ataque terrorista” israelita nos termos mais duros não é um fato menor. Declarou o líder palestino um “mártir” e chamou o ataque de uma violação flagrante da soberania do Irã. Lembremos que este documento traz a assinatura da Arábia Saudita, da Turquia, da Indonésia, do Paquistão, das monarquias do Golfo etc.
Uma guerra em que o Irã se envolvesse diretamente implicaria provavelmente o fechamento do Golfo Pérsico e a necessidade de os Estados Unidos transferirem a maior parte da sua frota para os mares Vermelho, Mediterrâneo e Arábico. E lançaria dúvidas sobre as posições militares das bases norte-americanas no Golfo.
O imperialismo enfrenta um período de incerteza muito grande devido às eleições presidenciais. Neste quadro, não deve favorecer um acirramento do conflito de grandes proporções. O que não quer dizer que o enfrentamento do Irã não seja um objetivo estratégico do imperialismo. No atual estágio de crise política, Israel é imprevisível. E o seu governo de sionistas extremistas e fanáticos religiosos pode gerar uma crise explosiva.
Israel: a crise do governo Netanyahu
O atual governo israelense é comandado pelo partido Likud, de extrema-direita, e vários partidos ultra-radicais. O projeto do Grande Israel é o objetivo do governo, que envolveria a posse de todo o território palestino e adicionaria partes dos territórios hoje pertencentes à Jordânia, Egito e Síria.
O Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou que bloquear a ajuda humanitária à Faixa de Gaza é “justificado e moral”, mesmo que isso faça com que dois milhões de civis morram de fome. O político de extrema-direita lamentou que a comunidade internacional não permitiria que isso acontecesse.
O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, fizeram troca de acusações após a publicação de um memorando de Ronen Bar, o líder do Conselho Nacional do Serviço de Informações (Shin Bet), que alerta para as ações empreendidas pela Juventude das Colinas.
Ben Gvir, ele próprio um colono, e o também ultranacionalista ministro das Finanças Bezalel Smotrich são peças essenciais para preservar a coligação governamental de extrema-direita em Israel. A tensão continuou com uma mensagem divulgada por Yoav Gallant, que defende a carta de Bar contra “as ações irresponsáveis do ministro Ben Gvir”, que acusa de “colocar em perigo a segurança nacional do Estado de Israel e criar um conflito interno”.
No dia anterior, quatro colonos israelitas, um deles menor, foram detidos por envolvimento num ataque à aldeia palestina de Jit, na Cisjordânia ocupada, na semana anterior, que deixou um morto e várias casas e carros vandalizados, um ataque que o Shin Bet e a polícia classificaram como “um grave incidente terrorista”.
As forças oficiais de Ben Gvir representam, como observou Benny Gantz, um “exército privado”. Além disso, ele comanda centenas de milhares de supremacistas-vigilantes-colonos da Cisjordânia juntamente com o rabino radical Dov Lior. Recentemente eles invadiram a base militar de Sde Teiman para impedir que os soldados que estupraram prisioneiros palestinos fossem punidos.
Dessa forma, Israel é um Estado em crise, não só como efeito do genocídio em Gaza, mas pela fratura interna em grupos que disputam o poder se apropriando do Estado para seus interesses.
O Irã e a paciência estratégica
O Irã tem uma estratégia de paciência estratégica, mantendo a sua pressão contra Israel sem chegar à guerra aberta. O Hezbollah aumentou a sua pressão até à beira da guerra, mas conteve os seus ataques para evitar a guerra total. Os iemenitas atacam Israel em termos militares e realizam um “bloqueio remoto” ou um “bloqueio indireto”, que também é uma ação agressiva de tipo militar.
A política de assassinatos seletivos de Israel é histórica. Contudo, no presente caso as ações envolvem diretamente o Irã. Especialmente os ataques à representação diplomática iraniana na Síria, que custaram a vida a vários funcionários, incluindo um chefe da Guarda Revolucionária, já tiveram um impacto como uma provocação, que foi geralmente repudiada pela comunidade internacional.
A realização da “Conferência Islâmica” que condenou o “ataque terrorista” israelita nos termos mais duros não é um fato menor. Declarou o líder palestino um “mártir” e chamou o ataque de uma violação flagrante da soberania do Irã. Lembremos que este documento traz a assinatura da Arábia Saudita, da Turquia, da Indonésia, do Paquistão, das monarquias do Golfo etc.
Uma guerra em que o Irã se envolvesse diretamente implicaria provavelmente o fechamento do Golfo Pérsico e a necessidade de os Estados Unidos transferirem a maior parte da sua frota para os mares Vermelho, Mediterrâneo e Arábico. E lançaria dúvidas sobre as posições militares das bases norte-americanas no Golfo.
O imperialismo enfrenta um período de incerteza muito grande devido às eleições presidenciais. Neste quadro, não deve favorecer um acirramento do conflito de grandes proporções. O que não quer dizer que o enfrentamento do Irã não seja um objetivo estratégico do imperialismo. No atual estágio de crise política, Israel é imprevisível. E o seu governo de sionistas extremistas e fanáticos religiosos pode gerar uma crise explosiva.