A ofensiva militar da ocupação contra a Cisjordânia se intensificou nos últimos dias, aprofundando a destruição, os ataques contra a população palestina e a repressão contra a Resistência. As cidades de Jenin, Tulcarém e Tubas são os principais alvos da escalada da violência, com desalojamentos forçados, bombardeios, prisões e restrições severas à circulação de ambulâncias e equipes médicas. Paralelamente, a Autoridade Palestina (AP) tem colaborado com a repressão, prendendo combatentes palestinos em meio aos ataques da ocupação.
Jenin: ataque contínuo e destruição em massa
Jenin vive seu 15º dia consecutivo de agressão, com o campo de refugiados da cidade sendo destruído sistematicamente pelas forças de ocupação. A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) denunciou que as forças da ocupação realizaram detonações massivas que arrasaram grandes áreas do campo em questão de segundos. Segundo a organização, os moradores enfrentam uma escalada de violência que já dura quase dois meses, transformando o campo em um “cidade fantasma”.
A organização Médicos Sem Fronteiras alerta para o impacto do cerco imposto a Jenin, causando uma grave escassez de suprimentos essenciais, incluindo comida e água. Enquanto isso, as forças da ocupação seguem demolindo infraestruturas e propriedades palestinas dentro do campo de refugiados e invadindo vilarejos próximos, como Rummanah.
A repressão não se restringe à ocupação estrangeira: a polícia da Autoridade Palestina entrou em confronto com combatentes da resistência no leste de Jenin e prendeu Karim Salama, após cercá-lo.
Tulcarém: repressão e bloqueio total
Em Tulcarém, que já enfrenta oito dias consecutivos de ataques, as forças da ocupação seguem destruindo residências e obstruindo o acesso à cidade. Um incêndio de grandes proporções foi registrado no bairro Al-Shuhada, resultado dos ataques da ocupação. Ambulâncias foram impedidas de chegar aos locais atingidos por bombardeios, e um idoso palestino foi brutalmente revistado e agredido.
Bulldozers da ocupação seguem erguendo barricadas de terra para bloquear completamente a entrada norte do campo de refugiados de Tulcarém, aprofundando o cerco e dificultando qualquer tentativa de resistência e assistência humanitária.
Tubas: bombardeios e ataques a civis
No terceiro dia consecutivo de ataques em Tammoun, região de Tubas, as forças da ocupação seguem com bombardeios aéreos e demolições de casas. Pelo menos 14 palestinos foram presos, incluindo três mulheres – uma delas posteriormente liberada.
A ofensiva sionista também atingiu o setor agrícola: terras cultiváveis foram arrasadas por bulldozers da ocupação, ameaçando o sustento de agricultores palestinos. Equipes médicas que tentavam atender feridos na região foram impedidas de atuar, sendo ameaçadas por soldados da ocupação, que chegaram a apontar armas contra os paramédicos.
Helicópteros sobrevoam intensamente a área, enquanto soldados sequestraram uma residência palestina e a transformaram em base militar. Paralelamente, a repressão da AP continua, com dois jovens presos em Tubas por forças de segurança utilizando veículos civis.
Violência se espalha por toda a Cisjordânia
A ofensiva militar e dos colonos ilegais não se restringe às três cidades mais atingidas. Em Nablus, as forças da ocupação invadiram os vilarejos de Osarin e Qusra, lançando granadas de atordoamento contra jovens palestinos. Em Ramallah, um ônibus de colonos foi atingido por pedras próximo a Ni’lin, enquanto tropas sionistas invadiram Deir Nitham.
Na cidade de Areeha, bulldozers continuam a construção de uma estrada colonial para expandir o assentamento ilegal de “Vered Jericho”, demolindo edifícios palestinos. Já em Fasayil, colonos soltam seus rebanhos em terras palestinas na tentativa de tomar as áreas para si.
Em Al-Khalil, colonos sob proteção militar vandalizaram redes elétricas na cidade de Idhna, enquanto em Al-Quds, forças da ocupação invadiram a cidade de Al-Ram. O assédio sionista também se manifesta em ataques à Esplanada das Mesquitas: 212 colonos invadiram os pátios da Mesquita de Al-Aqsa sob escolta da ocupação.
Baixas do lado da ocupação
A Resistência Palestina segue respondendo à agressão com enfrentamentos armados. Em Tubas, um ataque a tiros resultou na morte de dois soldados da ocupação e ferimentos em vários outros.
A escalada da violência imposta pelo regime sionista na Cisjordânia reforça a brutalidade da ocupação e a cumplicidade da AP na repressão contra a resistência. A crise humanitária se agrava, enquanto a destruição de infraestruturas e a repressão indiscriminada mostram a política de terror empregada contra a população palestina.