Nesta quarta-feira (21), o jornal sionista Israel Hayom noticiou que o governo de “Israel” planeja realizar um ataque em larga escala para ocupar todo o território da Faixa de Gaza.

Segundo fontes ouvidas pelo órgão, a cúpula israelense e as forças de ocupação planejam que o ataque terrestre dure dois meses, após os quais o exército invasor ocuparia o enclave palestino. A ação criminosa se daria no âmbito da ofensiva “Carruagens de Gideão”, nova operação iniciada por “Israel” na última sexta-feira (16).

Conforme apontado pela emissora libanesa Al Mayadeen, “esta fase da invasão da Faixa de Gaza foi projetada para minimizar a presença da população palestina e maximizar a ocupação militar, refletindo um objetivo mais amplo de alterar o cenário demográfico e estratégico do enclave”.

Citado Israel Hayom, a emissora informa também que “‘Israel’ está trabalhando para acelerar o deslocamento de moradores de Gaza para além das fronteiras da Faixa de Gaza”. As fontes ouvidas pelo jornal sionista igualmente informam que “esse plano está sendo desenvolvido em coordenação com os Estados Unidos”, apesar da crise entre o imperialismo e a entidade sionista.

Da mesma forma que o início da nova ofensiva foi precedida da intensificação dos bombardeios genocidas perpetrados pelas forças de ocupação, tais ataques aéreos continuam assassinando centenas de palestinos diariamente. Apenas nos últimos dois dias, mais de 150 palestinos foram assassinados pelas forças de ocupação, a maioria deles vítimas de bombardeios, mas alguns também vítimas de ataques das forças terrestres.

Em informe publicado na madrugada desta quinta-feira (22, horário de Gaza), o Ministério da Saúde de Gaza informou que 94 palestinos foram assassinados entre as 4h00 de quarta-feira (21) e as 2h00 da manhã do dia seguinte.

No início da tarde desta quarta-feira, o órgão denunciou que “o ataque deliberado da ocupação a geradores elétricos está agravando a situação catastrófica nos hospitais”, destacando que ao destruir sistemas eletromecânicos, a ocupação visa forçar mais hospitais a fecharem”.

O ministério acrescentou que “todos os hospitais da Faixa de Gaza sofrem com a falta de óleo e peças de reposição necessárias para geradores elétricos”, bem como que as instalações “estão operando com reservas limitadas de combustível, o que ameaça a continuidade do atendimento médico de emergência para feridos e doentes”.

Na quinta-feira, os bombardeios continuaram, particularmente concentrados em Khan Iuinis (sul da Gaza), Deir al-Balah (centro) e áreas no norte de Gaza, incluindo Jabalia e Beit Lahia, conforme noticiado pelo canal de comunicação Resistance News Network (RNN), que igualmente informou que as forças israelenses de ocupação expandiram significativamente a operação na Faixa de Gaza, destacando três brigadas regulares — Nahal, Golani e Kfir”, acrescentando que isso se soma às cinco divisões atualmente mobilizadas na Faixa de Gaza, algumas das quais retornaram meses depois. É o maior destacamento de soldados da Força de Ocupação de Israel (IOF) na Faixa de Gaza desde o início da guerra”.

Sobre isto, o canal de comunicação destacou que “membros da Brigada Golani recentemente retornaram de um exercício de treinamento do Marrocos”.

No mesmo informe, RNN informou que entre as 2h00 da manhã e 19h00 de quarta-feira, mais de 70 palestinos foram assassinados, com um número superior de feridos e vários outros desaparecidos sob os escombros.

Diante dessa situação, uma nova declaração reflete a crescente crise no interior de “Israel”. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert afirmou que “o que Israel está fazendo agora em Gaza é muito próximo de um crime de guerra“, declarando também “a guerra não tem propósito, e não há chance de conseguir algo que possa salvar as vidas dos reféns israelenses em Gaza“.

Em que pese ser absurdo dizer que apenas agora “Israel” está chegando próximo a cometer um crime de guerra, no momento em que pelo menos 53 mil palestinos foram assassinados diretamente pelos bombardeios e ataques das forças terrestres israelenses, a declaração provocou uma tempestade política e reações semelhantes às que Golã enfrentou, com figuras políticas de alto escalão em “Israel” correndo para condená-lo, conforme noticiado pela emissora Al Mayadeen.

Uma das declarações veio do vice-presidente do Knesset (parlamento israelenses), Nissim Vaturi, que disse que “Olmert é o primeiro-ministro mais corrupto desde a criação de Israel e está consumido pelo ódio a si mesmo“, descrevendo-o também como “porta-voz do Hamas”.

Na Cisjordânia, forças de ocupação intensificam ataques, demolições e prisões

Em seu informe diário, o Comitê de Imprensa de Jenin informou que o ataque “israelense” à cidade de Jenin e ao seu acampamento entra no seu quinto mês, com intensificação das operações militares, prisões, evacuações, demolição e destruição dentro do campo com o objetivo de alterar suas características e infraestrutura neste 121º dia de agressão.

O Comitê destaca que “600 casas foram completamente demolidas, e as casas restantes sofreram danos parciais”, afirmando que “as escavações e demolições visam mudar a estrutura e os marcos do acampamento”.

Informa ainda que as forças de ocupação abriram “cerca de 15 estradas dentro do campo de Jenin — cuja área é inferior a meio quilometro quadrado — e destruíram completamente a infraestrutura do campo, além de destruir 60% da infraestrutura da cidade”.

Até o momento, mais de 22 moradores de Jenin, seu campo de refugiados, e áreas ao redor, foram expulsos de suas casas, sendo que 43 já foram assassinados, dois dos quais pelas forças de repressão da Autoridade Palestina, lacaio do sionismo e do imperialismo.

Ainda na Cisjordânia, nesta quarta-feira, soldados das forças israelenses de ocupação atiraram contra uma delegação diplomática árabe-europeia que visitava o campo de refugiados de Jenin. Embora não tenha havido feridos, a delegação de 25 pessoas encerrou rapidamente a visita após ser alvejada.

O Hamas condenou o tiroteio como uma escalada da agressão e arrogância “israelense” e apelou à intervenção da comunidade internacional, conforme noticiado pela RNN

Jiade Islâmica lança foguetes contra territórios ocupados

Nova ação da Resistência Palestina foi realizada nesta quarta-feira.

Em publicação, as Brigadas al-Quds, ala militar da Jiade Islâmica, informaram que bombardearam os territórios ocupados de “Asdod e Ascalão com uma saraivada de foguetes em resposta aos massacres sionistas contra nosso povo palestino”.

Neste mesmo dia, as organizações da Resistência Palestina publicaram declaração conjunta, em que declararam que “a escalada da guerra genocida da ocupação sob os chamados ‘Carros de Gideão’ fracassará, assim como suas tentativas anteriores”, destacando que “Gaza continuará sendo um cemitério para invasores, como sempre foi ao longo da história”. 

A Resistência também saudou “nosso povo paciente, resiliente e firme que se apega à sua terra, e saudamos a resistência heroica que defende seu povo e esmaga o nariz da ocupação nas areias de Gaza”, bem como frisou que “as tentativas da ocupação de expulsar nosso povo de Gaza também fracassarão” e que “nosso povo está comprometido com sua terra e não a abandonará”.

Denunciando a conivência dos Estados árabes e muçulmanos que estão no bolso do imperialismo, a Resistência exortou os “líderes das nações árabes e islâmicas, e os povos da Ummah, para quebrarem seu silêncio vergonhoso e tomar medidas práticas urgentes para romper o cerco ao nosso povo, trazendo todas as necessidades essenciais — alimentos, remédios, combustível — e hospitais de campanha para ajudar nosso povo”.

Finalizaram a declaração reconhecendo a contribuição inestimável do Iêmen, único país árabe que luta contra “Israel” e o imperialismo em defesa da Palestina:

“Saudamos nossos irmãos do Exército Iemenita e do Ansar Alá por seu sincero apoio ao nosso povo e sua participação ativa na batalha contra o Dilúvio de Al-Aqsa. Convocamos os povos da Ummah e os povos livres do mundo a se juntarem a esta batalha sagrada.”

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Last Update: 22/05/2025