A entidade sionista intensificou nas últimas semanas sua campanha de agressões contra o território libanês, promovendo uma nova série de ataques aéreos em várias localidades no sul do país. Os bombardeios violam diretamente o acordo de cessar-fogo firmado com o governo do Líbano e somam, segundo o Hesbolá, mais de 3.700 infrações desde que entraram em vigor. Ao contrário do silêncio conivente da imprensa imperialista e dos governos árabes aliados do imperialismo, a Resistência Libanesa respondeu com firmeza, reafirmando que não entregará suas armas e que a libertação do país permanece um objetivo inegociável.

Entre os alvos dos ataques da aviação sionista estão as áreas situadas ao longo do rio Litani, entre as cidades de Zrariye e Deir Seryan, conforme informado pelo canal libanês Al Mayadeen. Também foram atingidas as localidades de al-Mahmoudiya e Bergez, ambas no sul do país. Em um ataque anterior, forças sionistas lançaram mísseis contra um carro civil na região de Khaldeh, ao sul da capital Beirute. O ataque resultou na morte de uma pessoa e feriu outras três, de acordo com informações preliminares confirmadas pelo Ministério da Saúde do Líbano.

Em Mahrouna, a ofensiva assumiu novamente um caráter deliberadamente terrorista: um drone lançou um míssil contra uma motocicleta, matando dois cidadãos libaneses e ferindo outros dois, que estavam em um veículo nas proximidades. Pouco antes, na cidade de Kounine, outro ataque com drone matou um civil. Em mais um episódio de escalada militar, no dia 27 de junho, uma série de bombardeios de alta intensidade atingiu colinas próximas à cidade de Nabatieh, com moradores descrevendo o cenário como um “cinturão de fogo”.

Essas agressões ocorrem simultaneamente ao aumento da pressão externa contra o Hesbolá, com exigências para que o grupo desista de sua luta armada sob o pretexto de uma “solução pacífica”. Em resposta, o secretário-geral do Hesbolá, Xeique Naim Qassem, fez um pronunciamento contundente na sexta-feira, rejeitando qualquer tentativa de desarmar a resistência e reafirmando que a defesa do Líbano não está sujeita à aprovação de potências estrangeiras.

“Aqueles que pedem o desarmamento da resistência deveriam, em vez disso, exigir a retirada do inimigo, e não a capitulação dos próprios compatriotas”, declarou. Xeique Qassem também respondeu diretamente aos setores políticos que, dentro do próprio Líbano, têm se alinhado à pressão imperialista, afirmando: “vocês erraram ao tentar nos subjugar. O povo da resistência não teme os inimigos. Esconder-se atrás deles não trará nenhuma conquista”,

Em sua fala, Xeique Qassem deixou claro que o Hesbolá não negocia sua soberania nem sua existência: “não seremos arrastados à humilhação. Não entregaremos nossa terra. Não aceitaremos qualquer ameaça que exija concessões”. Afirmou ainda que as armas da resistência são assunto interno e soberano do povo libanês: “discussões sobre armas ou outros assuntos são questões internas que tratamos dentro do nosso próprio marco. ‘Israel’ não tem nenhum papel em ditar termos ou supervisionar acordos”.

O secretário-geral denunciou também que o cessar-fogo com o Líbano foi sistematicamente violado pela entidade sionista. Segundo ele, já são mais de 3.700 violações desde que o acordo entrou em vigor. Xeique Qassem exigiu o fim das agressões e o cumprimento imediato dos termos acordados, responsabilizando a ocupação por colocar em risco não apenas o Líbano, mas a estabilidade de toda a região.

A resistência armada, segundo o dirigente, é uma necessidade imposta pela própria natureza da entidade sionista, que representa uma ameaça não apenas aos povos árabes, mas a todas as comunidades da região: “a ameaça de ‘Israel’ não se limita aos muçulmanos; é um perigo real para cristãos e judeus também. Sua ideologia, comportamento e visão representam um risco à estabilidade regional e à paz global”.

Xeique Qassem também se dirigiu àqueles que, dentro do Líbano, demonstram disposição para se submeter às exigências do imperialismo. “Se outros quiserem se submeter e viver sob servidão, esse é um problema deles, não nosso”, afirmou. Ele denunciou o papel dessas figuras na tentativa de enfraquecer a resistência nacional e apontou que “a verdadeira conquista está na libertação da terra e da pátria”.

Ao contrário da imagem de isolamento promovida por setores imperialistas, Qassem enfatizou que o Hesbolá atua no coração da vida política libanesa: “vivemos no coração do Líbano, não à sua margem. Participamos da vida pública, estamos no Parlamento e no governo. A solução está no entendimento mútuo”. Acrescentou ainda que a resistência está aberta ao diálogo com todas as forças políticas verdadeiramente comprometidas com a soberania nacional: “estamos próximos, não distantes, de discutir o caminho a seguir. Esta é a nossa convocação a vocês, e estamos prontos0”.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 05/07/2025