Nesta terça-feira (13), a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que mais de 57 crianças morreram por desnutrição em razão do bloqueio total de ajuda humanitária imposto por “Israel” contra a Faixa de Gaza desde 2 de março.
Durante coletiva de imprensa da ONU, realizada em Genebra, um representante da OMS afirmou que a “obstrução deliberada” de ajuda humanitária (que inclui alimentos e medicamentos) causou “uma das piores emergências de fome do mundo“.
Chegou-se ao ponto de que toda a população de Gaza (aproximadamente 2,1 milhões de palestinos) estão em risco crítico de fome, conforme a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC). Segundo a OMS, há 244 mil palestinos na Fase 5 do IPC (catástrofe), o nível mais alto de insegurança alimentar; 925.000 na Fase 4 (emergência); de forma que 1,95 milhão de pessoas (mais de 93% da população), estão na Fase 3 do IPC ou superior. Dando mais detalhes, o porta-voz da OMS afirmou que há 17 mil mulheres grávidas e amamentando que estão em sério risco; da mesma forma, 71 mil crianças menores de cinco anos ficarão desnutridas nos próximos 11 meses se o bloqueio continuar.
A conclusão do porta-voz da OMS é que “se essa situação persistir, meio milhão de pessoas correm o risco de morrer de fome. Um milhão de pessoas serão severamente afetadas nos próximos quatro ou cinco meses, e outro meio milhão será moderadamente afetado”.
Em que pese o governo israelense negar que está deliberadamente matando os palestinos de fome, alguns oficiais militares das forças israelenses de ocupação já estariam reconhecendo a fome generalizada a que estão sujeitando os palestinos de Gaza. É o que informa o jornal norte-americano The New York Times.
O veículo afirma que “durante meses, Israel afirmou que seu bloqueio de alimentos e combustível para Gaza não representava uma grande ameaça à vida civil no território”, mas que, agora, oficiais das forças de ocupação, que falaram sob condição de anonimato, “alertaram seus comandantes nos últimos dias que, a menos que o bloqueio seja levantado rapidamente, muitas áreas do enclave provavelmente ficarão sem alimentos suficientes para atender às necessidades nutricionais diárias mínimas”.
Segundo o jornal, a análise dos militares sionistas “destaca a urgência da situação humanitária em Gaza: a maioria das padarias fechou, cozinhas de caridade estão fechando e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, que distribui ajuda e coordena as remessas, diz que ficou sem estoques de alimentos”.
Contudo, o governo Netaniahu permanece escalando a agressão genocida, tendo declarado recentemente que irá expandir a guerra para supostamente destruir o Hamas (que lidera a Resistência). As forças israelenses de ocupação continuam bombardeando Gaza, assassinando centenas de civis diariamente.
Conforme noticiado pela emissora Al Jazeera, ataques israelenses nesta terça-feira (13) assassinaram pelo menos 84 palestinos. Vários dos ataques se concentraram no norte de Gaza, em Jabalia, onde mais de 50 pessoas foram assassinadas. No sul, em Khan Iunis, um hospital foi bombardeado, matando ao menos 28, conforme noticiado por este Diário.
Já na quarta-feira (14), o exército genocida de “Israel” emitiu ordens de evacuação forçada para o Hospital Al-Shifa, norte de Gaza, bem como para várias áreas na Cidade de Gaza. Para não serem assassinados pelos israelenses, inúmeros palestinos começaram a evacuar os locais, conforme vídeos e fotos divulgados pela emissora Al Jazeera.
Neste mesmo dia, o Ministério da Saúde de Gaza publicou informe sobre o número de palestinos mortos e assassinados nas últimas 24h. O órgão informou que “20 mártires (incluindo 1 mártir recuperado) e 125 feridos chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza nas últimas 24 horas”, acrescentando “balanço preliminar desta manhã até agora: 70 mártires e dezenas de feridos em consequência de massacres e ataques direcionados das forças de ocupação contra civis na Faixa de Gaza”. Contudo, os números são maiores, pois “várias vítimas permanecem sob os escombros e nas estradas, sem acesso por ambulâncias e equipes de defesa civil”. O Ministério informou que o número de palestinos assassinados desde que “Israel” rompeu o cessar-fogo, em 18 de março, já é de 2.799, enquanto o de feridos é de 7.805.
A intensificação das ações genocidas por parte de “Israel” ocorrem sob o pretexto de derrotar militarmente o Hamas e demais organizações da Resistência. Contudo, os combatentes palestinos também seguem intensificando as ações contra os invasores sionistas, ferindo e eliminado vários.
Nesta terça-feira (13), as Brigadas al-Qassam, ala militar do Hamas, informaram que “após retornar das linhas de frente, os combatentes do Al-Qassam confirmaram que haviam enfrentado uma unidade de engenharia sionista com armas leves e eliminado o motorista de um veículo militar ‘Baqer’ a leste do bairro de Shuja‘iyya, no leste da Cidade de Gaza, em 11 de maio de 2025”.
No mesmo dia, as Brigadas al-Quds, ala militar da Jiade Islâmica, anunciaram aões militares com foguetes, contra diversos assentamentos dos invasores israelenses: “a Força de Foguetes de Saraya Al-Quds bombardeou ‘Ashdod’, Ascalão, ‘Sderot’ e os assentamentos na região de Gaza com barragens de foguetes em resposta aos massacres sionistas contra nosso povo palestino”.
A Resistência também continua na Cisjordânia. Nesta quarta-feira (14), um colono israelense (miliciano fascista) foi eliminado, enquanto outro ficou gravemente ferido, após uma operação de resistência perto do assentamento “Ariel”, construído nas terras de Salfit. O executor retirou-se do local.
No mesmo dia, as Forças Armadas do Iêmen lançaram contra “Israel” o terceiro míssil balístico hipersônico em 24 horas. O alvo foi o aeroporto de Lod (chamado pelos israelenses de aeroporto de Ben Gurion) e foi atingido com sucesso. Em seu informe, as forças iemenitas declararam que “as operações das Forças Armadas do Iêmen visam deter a agressão contra nossos fiéis e pacientes irmãos na Faixa de Gaza, para pôr fim ao genocídio e aos massacres em curso cometidos contra eles até o momento, à vista e aos ouvidos de todo o mundo”. Igualmente, reiteraram “que essas operações estão em andamento e não cessarão até que a agressão contra Gaza cesse e o bloqueio seja levantado”.