O governo de Israel aprovou a maior ocupação de territórios na região da Cisjordânia ocupada em mais de 30 anos, uma medida que pode aumentar a escala de tensão em torno dos confrontos na Faixa de Gaza.

Segundo relatório da Peace Now, um órgão israelita de vigilância anti-assentamentos, as autoridades aprovaram a ocupação de 12,7 quilômetros quadrados na região do vale do Jordão, a maior ocupação aprovada desde o início do processo de paz em 1993.

Tal apreensão foi aprovada no final do mês passado, e ocorre após a apreensão de 8 quilômetros quadrados de terras em março, e de outros 2,6 quilômetros quadrados em fevereiro.

Observadores destacam que a recente ocupação liga os colonatos por meio de um corredor adjacente à Jordânia, um desenvolvimento que pode comprometer a formação de um futuro Estado palestino.

Israel ocupou a Cisjordânia após capturar a região da Jordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, diversos governos têm buscado o controle israelita efetivo sobre a área, principalmente declarando grandes regiões como “terras do Estado”, barrando assim a propriedade privada palestina.

O Peace Now destaca que tanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como seu ministro de Finanças, o extremista Bezalel Smotrich, “estão determinados a lutar contra o mundo e contra os interesses do povo de Israel em benefício de um punhado de colonos”.

“É claro para todos que este conflito não pode ser resolvido sem um acordo político que estabeleça um Estado palestino ao lado de Israel – ainda assim, o governo israelense opta por dificultar (o debate)”.

O Peace Now chegou a divulgar uma gravação de efetuada por Smotrich durante a conferência de seu Partido Religioso Nacional-Sionismo Religioso, quando destacou que a média dos confiscos registrados em 2024 foram cerca de dez vezes acima do visto anteriormente.

Em maio, Smotrich – que chegou a declarar publicamente que sua “missão de vida é impedir o estabelecimento de um Estado palestino” – orientou os ministérios israelenses para que preparassem a mudança de mais 500 mil israelenses para a região da Cisjordânia.

Vale lembrar que, no mês passado, militares transferiram poderes significativos para funcionários públicos aliados de Smotrich e favoráveis aos colonos.

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Última Atualização: 04/07/2024