O governo de Israel aprovou nesta segunda-feira (5) um plano para ocupar a Faixa de Gaza de forma integral e por tempo indeterminado.
Segundo informações da agência Associated Press (AP), a decisão inclui o aumento gradual dos bombardeios e operações terrestres, com o objetivo declarado de exercer controle permanente sobre o enclave.
Fontes do gabinete ministerial israelense informaram que a estratégia será implementada em etapas, aprofundando a ofensiva iniciada após o fim da trégua vigente entre janeiro e março deste ano.
Atualmente, as Forças de Defesa de Israel já controlam cerca de 50% da Faixa de Gaza – uma ocupação classificada como temporária até então.
Riscos aos reféns
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o novo plano visa “aumentar a pressão” sobre o grupo Hamas, para forçar negociações de cessar-fogo mais favoráveis aos interesses israelenses. Um dos principais pontos de exigência é a libertação de todos os reféns ainda sob poder do grupo palestino.
No entanto, a própria chefia das Forças Armadas israelenses admitiu que a intensificação da ofensiva pode colocar em risco a vida dos reféns.
Enquanto isso, observadores internacionais alertam para as consequências humanitárias de uma ocupação prolongada e para o risco de agravamento do conflito regional.
Ameaças na região
Como reação à escalada, os Houthis do Iêmen – grupo apoiado pelo Irã – intensificaram seus ataques contra Israel. Ontem (4), um míssil lançado a partir do território iemenita caiu nas proximidades do aeroporto Ben Gurion, principal terminal aéreo de Israel, localizado na região metropolitana da capital Tel Aviv.
Em comunicado, os Houthis anunciaram um “bloqueio aéreo abrangente” contra Israel, e prometeram novos ataques aos aeroportos israelenses, priorizando o Ben Gurion como alvo principal.
O aviso foi enviado também à Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e à Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), recomendando às companhias aéreas internacionais que suspendam voos para o país.
“Conclamamos todas as companhias aéreas internacionais a levarem este anúncio a sério… e cancelarem todos os seus voos para os aeroportos do inimigo israelense criminoso, a fim de garantir a segurança de suas aeronaves e passageiros“, dizia o e-mail divulgado.
Diante do ataque ao entorno do aeroporto, Netanyahu prometeu retaliação, aprofundando um cenário de instabilidade crescente.