Socorristas procuram por feridos após míssil iraniano atingir edifício em Tel Aviv. Foto: Divulgação

Em uma escalada sem precedentes no conflito no Oriente Médio, o governo de Israel anunciou neste sábado (14) que o Irã se tornou sua principal frente de combate, relegando a Faixa de Gaza a uma posição secundária.

A mudança estratégica marca o início de uma ofensiva militar intensa, com ataques aéreos contra mais de 200 alvos em território iraniano, incluindo instalações nucleares, bases militares e cientistas ligados ao programa atômico do país.

Segundo o comando militar israelense, nove cientistas nucleares iranianos foram mortos nas primeiras 24 horas de bombardeios, que começaram na noite de quinta-feira (13), horário de Brasília.

No total, foram registradas até agora 78 mortes e cerca de 300 feridos no Irã.

Do lado israelense, os números somam três mortos e mais de 80 feridos.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que novas agressões por parte do Irã podem levar à destruição da capital iraniana.

“Se [o líder supremo do Irã, aiatolá Ali] Khamenei continuar a atacar Israel, Teerã vai queimar”, declarou. A retórica foi reforçada pelo chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Eyal Zamir, que declarou: “O caminho para Teerã está aberto. Nossas forças agora operam livremente no espaço aéreo iraniano.”

Entre os alvos da ofensiva, esteve a instalação nuclear subterrânea de Fordow, um dos locais mais protegidos do programa nuclear iraniano. Apesar dos ataques, autoridades iranianas afirmaram que os equipamentos mais sensíveis foram removidos antes da ofensiva.

Behrus Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, disse à agência estatal Irna que os danos registrados ao redor da instalação são “gerenciáveis”.

Destroços causados por um ataque com mísseis do Irã nas proximidades de Tel Aviv, resultando na destruição de vários carros e edifícios. Foto: Divulgação

Neste segundo dia de confrontos aéreos, aviões israelenses concentraram seus bombardeios sobre Teerã. O Irã reagiu com disparos de mísseis e o uso de drones. A mídia estatal iraniana afirmou que o país não permitirá que Israel desmantele seu programa nuclear sem consequências severas.

Israel, por sua vez, deixou claro que continuará atacando cientistas nucleares e militares iranianos de alta patente, como forma de enfraquecer o programa atômico do país. Imagens divulgadas pelas Forças de Defesa de Israel mostram explosões em locais estratégicos iranianos.

A tensão gerou preocupação internacional.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu apoio à defesa de Israel e confirmou que forças americanas já ajudaram a interceptar mísseis e drones iranianos. O presidente da França, Emmanuel Macron, também manifestou apoio a Israel.

Já o Reino Unido declarou que não participou da ofensiva israelense e defendeu uma saída diplomática. O Papa Leão XIV, em um dos pronunciamentos mais contundentes desde o início de seu papado, fez um apelo neste sábado para que líderes israelenses e iranianos escolham o caminho da paz.

“Ninguém jamais deve ameaçar a existência de outro povo. É dever de todas as nações apoiar a causa da paz e promover soluções que garantam segurança e dignidade para todos”, afirmou o Pontífice durante cerimônia na Basílica de São Pedro.

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Last Update: 14/06/2025