De acordo com órgãos da imprensa israelense, as forças de ocupação sionistas admitiram que, durante os 15 meses de guerra na Faixa de Gaza, não sabiam a localização exata dos prisioneiros feitos pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe). De acordo com a Corporação de Radiodifusão Pública de “Israel”, após os prisioneiros israelenses libertados na primeira fase da troca de prisioneiros serem interrogados, ficou claro que “Israel” carecia de estimativas precisas sobre os locais onde os cativos estavam em Gaza.

Na noite do último domingo (9), as agências de repressão israelenses admitiram que alguns prisioneiros estavam detidos em áreas que haviam sido “mal avaliadas”. A confissão foi repercutida pela emissora israelense Kan 11.

A Corporação de Radiodifusão Pública de “Israel” destacou que essa questão confirma preocupações anteriores sobre os riscos enfrentados pelos prisioneiros e as limitações das incursões militares em Gaza antes do cessar-fogo. O informe enfatiza que “Israel” não conseguiu “determinar com precisão” os locais onde os cativos estavam detidos, nem mesmo as áreas onde não estavam.

Em setembro de 2024, a Kan 11 revelou que se abriu uma crise no governo israelense sobre continuar ou não as operações militares em determinadas regiões de Gaza. À época, integrantes das forças de ocupação já consideravam que isso aumentaria o risco de morte para os prisioneiros israelenses. Essa preocupação se intensificou após seis prisioneiros serem assassinados dentro de um túnel devido às operações militares israelenses na Faixa de Gaza.

O fato de que “Israel” não tinha informações precisas sobre a localização dos prisioneiros apenas reforça aquilo que o Hamas já havia denunciado: a entidade sionista é responsável pelo assassinato de vários cativos. Entre eles, está a família Bibas, cujo funeral ganhou grande destaque após o Hamas entregar seus corpos em uma cerimônia impactante.

Os corpos da família Bibas e os restos mortais do prisioneiro Oded Lifshitz foram entregues pela Resistência a “Israel” na sétima rodada de troca de prisioneiros. Todos foram capturados com vida e assim estavam até que os aviões militares israelenses dessem início aos bombardeios criminosos na Faixa de Gaza. Ainda em novembro de 2023, o partido anunciara que a família havia sido assassinada em um ataque aéreo israelense.

Os três membros da família assassinados por “Israel” eram a militar de origem argentina Shiri Bibas e os filhos Ariel Bibas, de quatro anos, e Kfir Bibas, de oito meses, o mais jovem dos prisioneiros capturados. Já Yarden Bibas, o único da família vivo, foi libertado no mês passado como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo.

Ao canal do Telegram Resistance News, um comandante das Brigadas Mujahideen comentou a entrega do corpo de Shiri Bibas e seus filhos:

“Ela estava trabalhando na Divisão Sul de Gaza. Ela também trabalhava na Unidade 8200 e, após sua captura, nós a reunimos com seus filhos por compaixão a eles. Proporcionamos a eles um lar seguro e confortável e os tratamos bem, como manda nossa nobre fé islâmica. Entretanto, devido ao bombardeio bárbaro e indiscriminado desse exército nazista – o exército ‘israelense’ – eles foram mortos junto com seus captores.”

Questionado sobre as condições em que a militar Bibas estava instalada com a família e se estava segura, o comandante reafirmou:

“Sim, sim, ela foi mantida em segurança em uma casa segura e estava vivendo uma vida muito confortável, como se estivesse em sua própria casa. Mas esse bombardeio implacável, que não poupou pedra nem árvore em Gaza e se tornou uma espada pendurada até mesmo sobre os civis em suas casas, também atingiu seus prisioneiros e seus captores.”

Netaniahu reagiu publicando um vídeo no qual dizia que “a voz do sangue de nossos entes queridos grita para nós do chão. Ela nos compele a chegar a um acordo com os assassinos vis, e nós os responsabilizaremos”. Logo depois, utilizou a cerimônia de entrega dos corpos como pretexto para interromper o acordo de cessar-fogo. O premiê, no entanto, acabou voltando atrás.

Dias depois, a família Bibas exigiu que o regime israelense pare de explorar a morte de seus parentes para fins de propaganda, ameaçando processar o governo caso continue divulgando detalhes sobre os falecimentos. Os Bibas pediram que Netaniahu parasse de fazer declarações culpando terceiros pela morte de seus entes queridos, ameaçando “tomar todas as medidas legais disponíveis” caso o gabinete do governo se recuse a cumprir a exigência.

Os advogados que representam os membros da família Bibas também exigiram que todas as partes fossem instruídas a “não contatar a família, nem falar com qualquer profissional encarregado de realizar os exames sobre as circunstâncias do assassinato e a condição dos falecidos”.

Além de escancarar a responsabilidade de “Israel” pela morte de prisioneiros israelenses, as confissões de suas agências de repressão também confirmam que “Israel” praticava o assassinato indiscriminado de palestinos. Caem por terra, portanto, as mentiras de que “Israel” bombardearia hospitais porque tinha informações sobre túneis, uma vez que as informações que a entidade sionista tinham sobre a movimentação da Resistência eram escassas.

Em 15 meses, quase 50 mil palestinos foram assassinados, de acordo com números oficiais. Vários prisioneiros israelenses foram mortos. No dia 7 de outubro, as forças de ocupação também foram responsáveis pela morte da maioria dos israelenses. Todo esse morticínio é culpa integral da política fascista e terrorista do Estado de “Israel”.

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Last Update: 11/03/2025