
Imagem: Menahem Kahana / AFP
O Irã anunciou um novo ataque com mísseis contra Israel nesta terça-feira (18), elevando a tensão entre os dois países. Segundo a Guarda Revolucionária iraniana, os disparos fazem parte da 12ª ofensiva desde o início da guerra. O regime de Teerã enviou mísseis de longo alcance, incluindo o modelo Sejjil, e afirmou que o território israelense está desprotegido diante da nova investida.
Em tom ameaçador, os iranianos disseram que os israelenses devem escolher entre “morte lenta em bunkers” ou fuga. De acordo com a agência estatal Irna, o Irã atacou instalações da inteligência militar israelense e bases aéreas, alegando que os sistemas de defesa de Israel já haviam sido destruídos em ofensivas anteriores. Tel Aviv foi novamente alvo de interceptações aéreas.
Apesar da ameaça de bombardeio contínuo, o Exército de Israel afirmou que os civis podem sair dos abrigos após o sinal de liberação das autoridades. Ainda assim, o Irã prometeu manter os disparos e divulgou novos trechos do pronunciamento do comandante da Guarda Revolucionária, que se referiu ao conflito como uma “vida infernal” para os israelenses.
Em resposta, Israel informou ter atingido uma fábrica de mísseis antitanque em território iraniano. As Forças de Defesa de Israel (FDI) também disseram ter destruído centros de produção de centrífugas usadas em programas nucleares. O ataque foi realizado com apoio de mais de 50 aviões de guerra, segundo os militares.

Os bombardeios israelenses miraram, ainda, depósitos de armas, mísseis terra-terra, drones e bases do Hezbollah. O governo de Israel voltou a acusar o Irã de abastecer grupos armados da região, como Hamas, Jihad Islâmica e Houthis. Segundo as FDI, esses grupos sofreram prejuízos com os ataques recentes.
Drones foram abatidos por ambos os lados nas últimas horas. Israel derrubou dois aparelhos iranianos perto do Mar Morto. Já um míssil terra-ar do Irã atingiu um drone israelense que operava em seu espaço aéreo. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou a destruição de dois prédios em Teerã.
O líder iraniano Ali Khamenei fez novo discurso, alertando que qualquer ofensiva norte-americana resultará em “consequências irreparáveis”. A fala foi uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, um dia antes, ameaçou publicamente o aiatolá e afirmou saber onde ele se esconde.
Trump voltou a se pronunciar nesta terça e disse que ainda não decidiu se os EUA vão atacar o Irã. “Posso fazer isso, posso não fazer. Ninguém sabe o que eu vou fazer”, disse a jornalistas. Ele também afirmou que os iranianos teriam sinalizado interesse em uma conversa na Casa Branca.
Desde o início dos ataques, na sexta-feira (13), a guerra já deixou ao menos 585 mortos do lado iraniano e 24 do lado israelense. Entre os mortos no Irã estão comandantes da Guarda Revolucionária, oficiais do Exército e nove cientistas ligados ao programa nuclear, segundo a ONG Human Rights Activists.
Israel, que possui arsenal nuclear, justificou os primeiros bombardeios como uma tentativa de impedir um possível ataque atômico futuro. Já o Irã, sem armas nucleares declaradas, respondeu com mísseis inéditos e promete continuar com os disparos nos próximos dias.