A guerra entre o Irã e Israel atingiu um novo patamar nas últimas horas, com uma intensificação significativa dos ataques e com desdobramentos diplomáticos, militares e políticos de grande impacto.
A agência estatal iraniana informou que instalações nucleares em Fordow, Natanz e Isfahan foram evacuados preventivamente, sem risco de vazamento, após bombardeios realizados pelos EUA — segundo o vice-diretor de política da emissora oficial, “nenhum material capaz de causar radiação estava presente nos locais”
O presidente dos EUA, Donald Trump, fez um pronunciamento à nação neste sábado (21), instantes após anunciar, através de suas redes sociais, um ataque contra o Irã.
“Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã. Que cessem os ataques que nós vimos nos últimos oito dias. Hoje, foi o dia mais difícil de todos e talvez o mais letal. Mas se a paz não vier rápido, nós continuaremos atacando com precisão, habilidade e velocidade”.
Os EUA entram na guerra contra o Irã, uma semana após o início da guerra de ‘Israel’ contra o Irã.
Através de uma publicação na plataforma Truth Social, Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou que seu país realizou um ”ataque muito bem-sucedido contra três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordo, Natanz e Isfahan”. ”Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga completa de bombas foi lançada no local principal, Fordo”, detalhou Trump.
A televisão estatal iraniana confirmou que o país iniciou a 19ª onda de ataques da chamada Operação Promessa Verdadeira 3, com o lançamento de uma quantidade massiva de mísseis balísticos e drones suicidas contra alvos estratégicos dentro do território controlado por Israel. Em comunicado oficial, o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) afirmou:
“Nesta 19ª onda da Operação Promessa Verdadeira 3, uma vasta enxurrada de drones de ataque e drones suicidas partiu horas antes em direção a alvos estratégicos em todo o regime, do norte ao sul dos territórios ocupados.”
O comunicado também alertou que os ataques seriam “contínuos e sustentados”, e que o sistema de defesa aérea israelense está “confuso” e deve permanecer em alerta, pois os próximos ataques têm como objetivo “desequilibrar completamente o sistema militar sionista”.
Uma informação divulgada pela imprensa local, especificamente pelo Canal 15 de “Israel”, indicou que uma entrevista com um especialista em mísseis foi subitamente interrompida após ele afirmar publicamente que o sistema de mísseis Arrow, considerado um dos pilares da defesa antiaérea israelense, não conseguiu interceptar os mísseis iranianos, que estão atingindo seus alvos dentro do território ocupado.
Essa informação foi posteriormente corroborada por veículos internacionais, que relatam que diversas infraestruturas militares e estratégicas em “Israel” foram atingidas nas últimas horas.
O porta-voz da sede do comando militar iraniano Khatam al-Anbiya afirmou que o exército israelense enfrenta atualmente escassez de munições e equipamentos militares, fato que estaria comprometendo seriamente a capacidade de defesa do regime. Segundo ele:
“A entidade sionista sofre uma escassez de munições e equipamentos. As bases estão operando abaixo da capacidade mínima.”
Essa informação indica que os contínuos ataques desde o início da guerra, somados aos conflitos simultâneos na Faixa de Gaza e na fronteira com o Líbano (contra o Hesbolá), estão desgastando rapidamente os recursos militares israelenses. Em meio à escalada do conflito, os Estados Unidos ainda não confirmaram se participarão diretamente da guerra.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, citando fontes do próprio exército israelense, “Washington ainda não informou a Israel se planeja se juntar à guerra contra o Irã”. A falta de um posicionamento definitivo por parte do governo norte-americano estaria gerando insegurança no alto comando militar israelense.
A rede norte-americana CNN também informou, com base em fontes militares, que a recente movimentação de bombardeiros estratégicos B-2 Spirit, capazes de transportar armamento nuclear, para bases no Oriente Médio “não significa que uma operação contra o Irã seja iminente”.
Essa sinalização sugere que, até o momento, os Estados Unidos adotam uma postura de cautela, evitando uma escalada direta no conflito.
A tensão interna nos Estados Unidos aumentou após uma declaração do ex-vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que afirmou que “Israel está arrastando os Estados Unidos para uma guerra contra o Irã”. A declaração foi divulgada pela agência de notícias Reuters e demonstra que há setores da classe política norte-americana contrários à entrada do país em uma guerra aberta no Oriente Médio.
Durante Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, nesta sexta-feira (20), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que “Rússia e Irã estão lutando contra os mesmos inimigos ocultos”. A declaração sugere que Moscou vê alinhamento estratégico com Teerã não apenas em questões regionais, mas também no quadro mais amplo na luta internacional anti-imperialista.
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, também se manifestou sobre os acontecimentos, reforçando que o apoio do Irã à Palestina é incondicional. Em publicação na rede social X, Khamenei escreveu:
“A questão palestina é uma questão fundamental para nós, e a vitória da Palestina também é inevitável para nós.”
A declaração reafirma que a operação militar do Irã é, segundo Teerã, diretamente vinculada à guerra em curso na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.