Antes de lançar o ataque com mísseis contra a base aérea de Al Udeid, no Catar, no último domingo (22), o Irã informou com antecedência os governos do Catar e dos Estados Unidos sobre sua intenção de retaliar a ofensiva norte-americana contra suas instalações nucleares. A informação foi confirmada por diferentes fontes diplomáticas e noticiada por veículos como a agência de notícias Reuters, o jornal norte-americano Wall Street Journal e a CNN.
Segundo esses relatos, o Irã utilizou dois canais diplomáticos para comunicar a decisão horas antes do lançamento dos mísseis, permitindo que a base fosse evacuada. O Ministério das Relações Exteriores do Catar confirmou que recebeu o aviso diretamente do governo iraniano e, como medida de segurança, ordenou o fechamento temporário do espaço aéreo nacional. A embaixada dos EUA em Doha também chegou a emitir um alerta aos seus cidadãos antes do ataque.
A operação, batizada pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) como “Anúncio da Vitória”, foi executada com mísseis balísticos de curto e médio alcance e teve como alvo a principal base militar dos Estados Unidos na região do Golfo Pérsico. Apesar da magnitude do ataque, não houve vítimas, justamente graças à evacuação prévia — o que revela o grau de controle estratégico, precisão e responsabilidade militar do Irã, que respondeu à agressão de forma proporcional e transparente.
Ao anunciar previamente o ataque, o Irã demonstrou não apenas força militar, mas legitimidade política e responsabilidade internacional. A ação rompe com a propaganda imperialista que tenta associar o Irã ao “terrorismo” e deixa claro que a República não age de forma aleatória ou suicida: atua com base no direito à legítima defesa e na dissuasão estratégica, conforme o direito internacional.
O objetivo iraniano não era provocar mortes, mas enviar um recado direto às potências ocupantes: o país responderá a qualquer violação de sua soberania, com força e inteligência. Como afirmou o próprio IRGC em comunicado oficial:
“O Irã não deixará sem resposta qualquer ataque à sua integridade territorial, soberania ou segurança nacional, sob nenhuma circunstância.”
Em outro trecho da nota, o IRGC foi ainda mais claro:
“Bases dos EUA e alvos militares móveis na região não são sinais de força da defesa nacional americana, mas sim pontos de fraqueza.”
Ou seja, o que os EUA e “Israel” vendem como “projeção de força” — a presença de dezenas de bases militares em países da região — é, na verdade, uma vulnerabilidade logística, exposta agora pela capacidade iraniana de atingi-las diretamente.
Localizada nos arredores de Doha, capital do Catar, a base de Al Udeid abriga o maior contingente militar norte-americano no Oriente Médio, funcionando como centro logístico e operacional de bombardeios, vigilância e coordenação das operações dos EUA em toda a região da Ásia Ocidental.
Ao atacar essa base, o Irã não apenas retaliou uma agressão — o bombardeio de três instalações nucleares pacíficas em seu território — como também escolheu o alvo mais simbólico e estratégico possível, demonstrando sua capacidade de atingir o coração do aparato militar inimigo sem sequer sair de seu território.
O ataque à base expõe o esgotamento da estratégia dos EUA na região. Apesar de terem investido bilhões de dólares em infraestrutura militar, o governo norte-americano mostrou-se incapaz de evitar ou responder de forma eficaz à ação iraniana. A única alternativa foi evacuar a base e tentar abafar politicamente o fracasso.
A reação do governo Trump ao ataque — marcada pela cautela e pela tentativa de minimizar o impacto — revela a fragilidade da posição norte-americana no Oriente Médio. Fontes do governo disseram à imprensa que “já esperavam” a resposta iraniana e que Trump “não busca uma escalada”. De fato, qualquer tentativa de retaliação pode aprofundar o isolamento diplomático e agravar as perdas econômicas e militares sofridas pelos Estados Unidos e seus aliados.
A nota do IRGC também ressaltou que “qualquer repetição do mal acelerará o colapso da presença militar dos EUA na região” e apontou que o ataque serviu como advertência clara:
“A repetição do mal levará à realização da aspiração comum da nação islâmica e dos povos livres de erradicar a glândula cancerígena do sionismo.”
O ataque iraniano à base de Al Udeid não foi um ato impulsivo ou desesperado, mas uma demonstração controlada de soberania e inteligência militar. Avisando previamente seus alvos, evitando mortes e escolhendo com precisão o epicentro estratégico da presença norte-americana, o Irã mostrou que sua política de defesa é firme, racional e orientada por objetivos nacionais concretos — não por aventuras irresponsáveis.
Mais do que isso: desmascarou a propaganda imperialista, que tenta rotular o país como “ameaça à paz”. São os próprios EUA e “Israel” que promovem agressões unilaterais, sabotagens, assassinatos seletivos e violações sistemáticas da soberania de nações inteiras.
A partir de agora, nenhum centro militar imperialista na região pode se considerar intocável. O Irã demonstrou que pode agir — e, se necessário, agirá — com total clareza e decisão, até o fim.